O assassinato do imigrante congolês Moïse Kabamgabe, no Rio de Janeiro gerou resposta da bancada de oposição na Câmara dos Deputados: membros do PT e do Psol na Casa recorreram a autoridades públicas nacionais e internacionais para exigir maior celeridade e rigor nos julgamentos dos autores do crime contra Moïse, espancado até a morte por cobrar seu pagamento pelos serviços prestados no quiosque onde trabalhava na Barra da Tijuca.
No caso do PT, o líder da bancada, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), se reuniu na segunda-feira (31) com o Subcomitê sobre a Prevenção da Tortura da Organiação das Nações Unidas (ONU) para denunciar o ocorrido. “Nós não podemos admitir. O que aconteceu no Rio de Janeiro é gravíssimo. Nós queremos que a ONU e o nosso sistema de justiça possam punir os responsáveis por mais esta barbaridade. O Brasil exige justiça”, disse.
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No entendimento do partido, a morte de Moïse é reflexo da impunidade crônica de crimes cometidos contra a população negra no Brasil. Em comunicado oficial, a legenda afirma que “Este cenário se agravou desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência do país, passando a incentivar ou ignorar tais violências”.
O Psol já acionou por meio de ofício o procurador-geral de justiça do estado do Rio de Janeiro, Luciano de Souza. No documento assinado por todos os parlamentares da bancada, é exigida “rigidez e celeridade na apuração dos fatos, tendo em vista que qualquer atraso na atuação das autoridades competentes poderá trazer prejuízos irreparáveis à presente investigação”.
Dentro da Câmara, um memorando com pedido similar foi encaminhado ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Carlos Veras (PT-PE). Ele, por sua vez, também se posicionou sobre o assunto em suas redes sociais. “Como presidente da Comissão de Direitos Humanos, estou adotando medidas para cobrar resposta célere ao assassinato do congolês Moïse Kabamgabe. Esse crime bárbaro não ficará impune. Exigimos justiça! Meus profundos sentimentos à família”, publicou.
Talíria Petrone (Psol-RJ) líder do Psol na Câmara, acrescenta que “o governo do estado [Rio de Janeiro] também precisa atuar para que as apurações ocorram de forma célere”. A deputada destaca que “os familiares de Moïse e a sociedade merecem uma resposta”, e para tal exige “ampla investigação e uma resposta contundente das autoridades responsáveis”.
PublicidadeConfira a seguir a íntegra do ofício do Psol à procuradoria: