Após repercussão negativa de sua entrevista ao Buzzfeed, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que “não ataca a família” do presidente Jair Bolsonaro. As declarações ao site contêm críticas ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
“Não faço isso. Atacar a família”, escreveu o presidente da Câmara ao Congresso em Foco. “[Seria] uma grosseria enorme”, completa. Segundo Maia, as falas sobre os filhos do presidente não foram ditas “da forma como está colocado”.
Questionado pelo Buzzfeed a respeito do suposto domínio de Carlos sobre as contas das redes sociais do pai, Maia disse que “o filho pode ser doido à vontade, mas num negócio daquela loucura [referindo-se à divulgação do “golden shower” no Twitter do presidente, após o Carnaval] só com autorização do dono da conta”. Maia disse ao Congresso em Foco que não chamou “o filho de desequilibrado”.
Adversários políticos no Rio de Janeiro, Bolsonaro e Maia tiveram uma relação de relativa calmaria em abril quando comparada à do mês anterior. As últimas semanas de março fora marcadas por falas duras de ambas as partes. Maia vocalizou críticas das lideranças partidárias de que Bolsonaro estaria rotulando todos os parlamentares sob a marca da “velha política”. As trocas de farpas (relembre os episódios) comprometeram o andamento da reforma da Previdência e a formação de uma base governista no Parlamento.
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A entrevista ao Buzzfeed destacou, entre outros trechos polêmicos, o episódio em que Bolsonaro teria lançado Carlos, então com 17 anos, para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal do Rio contra a própria mãe, de quem o atual presidente já estava separado à época.
“Isso deve ser normal na cabeça de um ser humano? Derrotar uma mãe com 17 anos? Isso deve ter gerado muito problema na cabeça do Carlos. A informação que eu tenho, apenas de ouvir falar, é que eles ficaram sete anos sem se falar, ele e o pai”, diz um trecho da entrevista de Maia.
O Buzzfeed relatou também que Maia considera que Eduardo “era um deputado do baixíssimo clero, o pai vira presidente, ele passa a ser chamado pela equipe do Trump”, o que teria causado no parlamentar, terceiro filho de Bolsonaro, “um pouquinho de vaidade”.