Na tarde desta quarta-feira (14), o advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula para ocupar a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), inicia sua segunda rodada de conversas com senadores para angariar apoio ao seu nome. Sua próxima empreitada é o MDB. Nessa terça, o advogado se encontrou com a bancada do PSD, que fechou questão em torno de sua indicação.
O MDB é um dos três partidos governistas sem alinhamento ideológico com o presidente Lula no Senado, junto com o PSD e o União Brasil. Trata-se de uma legenda estratégica para o sucesso de Zanin na empreitada pela cadeira do STF: a sigla conta com a terceira maior bancada do Senado, com dez senadores. Além disso, é o partido do relator de sua sabatina, o senador Veneziano Vital do Rêgo (PB).
A conquista do apoio do MDB pode vir acompanhada de uma força extra na articulação de Zanin. O líder do partido, Eduardo Braga (AM), é também líder do bloco parlamentar Democracia, o maior do Senado, com 29 membros. Caso consiga o apoio do partido, o advogado também abrirá caminhos para estreitar laços com o União, o PSDB, o PDT e o Podemos, facilitando seus próximos passos.
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Braga e Zanin realizaram uma reunião prévia nessa terça. A tendência no partido é de fechar questão em favor de sua indicação: além de pertencer à base do governo, o MDB conta em seus quadros com aliados próximos do presidente Lula, como os senadores Renan Calheiros (AL) e Marcelo Castro (PI). O partido ainda ocupa pastas estratégicas dentro do governo, inclusive o Ministério do Planejamento, da emedebista Simone Tebet.
Até o momento, caso os senadores votem conforme as orientações de seus partidos, Zanin já conta com 23 votos favoráveis garantidos em plenário: oito do PT e 15 do PSD. Esse número sobe para 33 se houver apoio do MDB. Antes da votação em plenário, o advogado será submetido à sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), agendada para o dia 21.