Nesta terça-feira (27), durante a CPMI dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou não ter dúvida em relação à natureza criminosa dos acampamentos levantados por militantes bolsonaristas nas portas de quartéis após as eleições de 2022,. Os integrantes dos acampamentos exigiam um golpe militar para anular a vitória eleitoral do presidente Lula (PT).
“Eu não posso deixar de dizer que eu olho com imensa tristeza o que aconteceu no Brasil desde a eleição até o dia 8 de janeiro, e até o que veio depois. (…) Nós vimos depois da eleição as pessoas se colocarem na frente dos quartéis, pedindo a intervenção militar. Ora, se colocar na frente de um quartel pedindo uma intervenção militar obviamente é um crime”, avaliou o deputado.
O crime, para Arthur Maia, se dá no momento em que os manifestantes pedem “uma intervenção pela força, pelas armas para impedir que o processo democrático brasileiro, construído com tanta dificuldade, fosse aniquilado”. Para ele, a suposta intervenção somente não ocorreu por considerar que, institucionalmente, o Exército era majoritariamente favorável à manutenção da ordem democrática.
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Ainda assim, Maia defende que “tudo aquilo que aconteceu na porta dos quartéis deveria ter sido barrado, de qualquer maneira”, independente do perfil das pessoas acampadas. “Não importa quem eram. Era necessário sim ter havido uma resposta imediata e dura contra aquilo”, exclamou. Ele também classificou como “golpista” e “antidemocrático” o comportamento dos acampados.
“Eu não tenho dúvida de que aqueles que estavam na porta dos quartéis pregando contra a posse de um presidente que eu não votei, mas que ganhou a eleição, são golpistas”, afirmou.
Apesar de considerar os manifestantes golpistas, o presidente da CPMI não reconhece os atos de 8 de janeiro como um golpe de Estado. “Uma coisa é a intenção individual de A, de B, de C. Outra coisa é um golpe de Estado, que é algo muito mais organizado”. Ele também disse reconhecer como criminosos os militares que defenderam a pauta dos manifestantes, saindo dos limites da função.
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