Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, o técnico de serviços aeroportuários da Infraero Agnaldo Molina Esteves, responsável pela inspeção da pista de pouso no aeroporto de Congonhas no dia do acidente com o avião da TAM, afirmou que realizou a inspeção da pista de pouso em 20 minutos. No relatório da torre de controle do dia do acidente consta que a inspeção foi realizada em apenas três minutos.
Agnaldo também disse que não há treinamento específico para se realizar a inspeção das pistas. "É passado dos mais velhos para os mais novos. A gente vai aprendendo ao longo do tempo", disse. Contudo, o funcionário da Infraero explicou que há procedimento para a realização da medição, "mas curso não", ressaltou.
O coordenador de Prevenção e Emergência da Infraero, Esdras Barros, também foi ouvido pela CPI da Câmara. Para ele, a chuva que caía no dia era muito fraca e "não teria condições de formar poças d’água".
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Os dois depoentes também afirmaram que a medição da pista de pouso do aeroporto de Congonhas no dia do acidente que matou 199 pessoas foi feita de dentro do carro.
Mais depoimentos
A CPI da Crise Aérea aprovou hoje (29) a convocação de Gilberto Schitiini, gerente de Padrões de Avaliação de Aeronaves da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ele é o responsável técnico pela elaboração da norma de segurança que teria ajudado a liberar na Justiça a pista de pouso de Congonhas dias antes do acidente.
PublicidadePara o relator da Comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), o depoimento de Schittini é importante para esclarecer se a norma valia ou não. "Ele foi responsável pela elaboração da norma que alguns dizem ter validade e outros dizem não ter", afirmou o relator. Denise Abreu, ex-diretora da Anac, afirmou em audiência pública que a norma não teria validade por ser um estudo interno.
A CPI também ouvirá o empresário Carlos Ernesto Campos, o ex-superintendente do departamento aeroviário do estado de São Paulo José Mauro Garcia e o ex-secretário de Transportes do estado de São Paulo Daril Lopes. Os depoimentos têm o objetivo de esclarecer dúvidas sobre a transferência do terminal de cargas de Guarulhos e Campinas para Ribeirão Preto.
O ex-presidente da Infraero brigadeiro José Carlos Pereira teria afirmado que Ernesto seria amigo de Denise Abreu e que a ex-diretora estaria agindo em razão de favorecimento pessoal com a transferência do terminal para Ribeirão. O brigadeiro negou que tivesse feito a afirmação em depoimento à CPI no Senado. (Ana Paula Siqueira)
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