Thomaz Pires
O Opportunity divulgou nesta sexta-feira (6) nota sobre a decisão da Justiça dos Estados Unidos que determinou o desbloqueio de cerca de US$ 500 milhões – R$ 877 milhões – pertencentes ao grupo financeiro, que é comandado por Daniel Dantas (leia mais no resumo dos jornais publicado hoje). A quantia estava retida desde o começo do ano passado.
Na nota, o Opportunity se diz vítima de “perseguição policial disfarçada de investigação” e rebate as acusações que o grupo enfrenta na Justiça. O texto destaca que a instituição “não envia recursos de seus investidores para o exterior”, “não faz e nunca fez câmbio” e que investe “as aplicações feitas por clientes no Brasil em fundos nacionais” em “títulos e valores mobiliários negociados exclusivamente na Bovespa”.
Dantas, sócio-fundador do Opportunity, foi condenado a dez anos de prisão pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo por corrupção ativa, por tentativa de suborno a um delegado durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, mas recorreu da decisão e responde ao processo em liberdade.
Ele é acusado de ter oferecido propina de US$ 1 milhão a um delegado da PF para que seu nome fosse retirado do caso. O advogado do banqueiro, Nélio Machado, afirmou em nota que o processo é “nulo” e que o juiz é “suspeito”. Ele já apresentou recurso pedindo a anulação do julgamento.
Veja a íntegra da nota do Opportunity:
“Em relação a reportagem publicada hoje, sexta 6, no Congresso em Foco, ‘Nos jornais: Justiça dos EUA desbloqueia US$ 500 milhões do Opportunity’, o gestor de recursos esclarece que:
O Opportunity atua de maneira similar a outras instituições do mercado que estão livres da perseguição policial disfarçada de investigação.
Irá recorrer da decisão recente do juiz brasileiro, que corre sob segredo de Justiça.
O Opportunity Fund é um fundo de investimentos criado em 1992, com sede nas Ilhas Cayman. A captação dos clientes do Opportunity Fund, pessoas físicas e jurídicas, é feita por bancos estrangeiros. Os dados são mantidos pelo banco RTA – ‘agente de registro e transferência’ do fundo também situado em Cayman.
O banco RTA, assim, é o responsável pela verificação, o controle e a guarda da documentação cadastral dos investidores. É ele também quem cuida da aplicação dos procedimentos ‘conheça seu cliente’ e de combate à lavagem de dinheiro.
Destaque-se que o Opportunity Fund só aceita aplicações de bancos provenientes de países que fazem parte do ‘Schedule 3 Countries’ – aqueles que possuem legislação e procedimentos de combate à lavagem de dinheiro reconhecidos internacionalmente.
O Opportunity não envia recursos de seus investidores para o exterior. Não faz e nunca fez câmbio. O Opportunity é gestor de fundos nacionais e estrangeiros. As aplicações feitas por clientes no Brasil em fundos nacionais não são enviadas tampouco remetidas para o exterior. Os recursos são investidos em títulos e valores mobiliários negociados exclusivamente na Bovespa.
A ideia da evasão de divisa foi subsidiada por laudos encomendados por Protógenes Queiroz. Nesses laudos, os técnicos cruzaram dados do Opportunity Fund com informações de investidores que aplicavam nos fundos do Opportunity que funcionam no Brasil.
O perito L. Nelson Carvalho – presidente do grupo Intergovernamental de Especialistas em Padrões de Contabilidade e em Relatórios Financeiros da Unctad – analisou os laudos feitos pela Polícia Federal. Concluiu que a confusão entre as bases de dados invalidava todo o trabalho dos peritos.”
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