Renaro Cardozo
O relatório da CPI dos Sanguessugas já produziu estragos nas candidaturas dos parlamentares que pretendiam se reeleger nas eleições deste ano. Com a desistência de ontem do deputado Josué Bengston (PTB-PA) de disputar as eleições de outubro, sobe para 13 o número de deputados acusados que não disputarão mais a reeleição.
Os 13 fazem parte da lista de 72 parlamentares que a CPI dos Sanguessugas recomenda a abertura de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Eles são acusados de receber propina da Planam, empresa central da máfia das ambulâncias. Até agora, foram formalizadas as retiradas das candidaturas, junto aos respectivos partidos, dos seguintes deputados: Almerinda de Carvalho (PMDB-RJ), João Mendes de Jesus (PSB-RJ), Almeida da Jesus (PL-CE) e Heleno Silva (PL-SE).
Os outros nove deverão sofrer a perda da legenda. Esse será o caso dos parlamentares do PFL que foram acusados pela CPI. Segundo fontes do partido, "todos os envolvidos deverão renunciar ao pleito, se não o fizerem, o partido fará". Entretanto, o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ) não quis confirmar a informação. "Cada um vai ser julgado, se for considerado culpado. Então será retirada a legenda", ressaltou.
Já no PSB, o líder do partido na Câmara, deputado Alexandre Cardoso (RJ), afirmou na última segunda-feira que os quatro deputados acusados no relatório passarão pelo conselho de ética do partido. De qualquer forma, segundo Cardoso, Paulo Baltazar (RJ), João Mendes de Jesus (RJ), Isaías Silvestre (MG) e Marcondes Gadelha (PB) não representarão mais a sigla em outubro porque deverão ser expulsos da legenda.
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O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Mendes Ribeiro Filho (RS), afirmou que o partido está tomando as providências necessárias, mas ainda não tem uma posição definida sobre o futuro dos parlamentares denunciados. Para Mendes, a decisão de concorrer à reeleição deve ficar a cargo do parlamentar. "Acho que é decisão particular de cada um desistir das eleições ou não", disse.
Ontem, o deputado Coroliano Alves (PFL-BA) entregou a carta de renúncia do mandato à Mesa Diretora da Câmara para escapar da perda dos direitos políticos. A manobra é velha conhecida dos parlamentares acusados de quebra de decoro que pretendem disputar as próximas eleições. A assessoria, no entanto, não confirmou se o deputado vai disputar as eleições deste ano.
PublicidadeVeja a relação dos deputados que não deverão mais participar da disputa eleitoral de outubro:
PMDB
Almerinda de Carvalho (RJ)
PFL
Almir Moura (RJ)
Celcita Pinheiro (MT)
César Bandeira (MA)
Laura Carneiro (RJ)
Marcos de Jesus (PE)
PTB
Josué Bengston (PA)
PSB
Isaías Silvestre (MG)
João Mendes de Jesus (RJ)
Marcondes Gadelha (PB)
Paulo Baltazar (RJ)
PL
Almeida da Jesus (CE)
Heleno Silva (SE)
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