Ao fim da leitura do relatório elaborado pelo corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), sobre as denúncias de fraudes em licitações na Casa, senadores pediram a palavra em plenário para manifestar apoio ao alvo das acusações, Efraim Morais (DEM-PB). Primeiro-secretário do Senado, com atribuições como administrar os processos licitatórios para serviços terceirizados, Efraim recebeu de Tuma um relatório segundo o qual não há provas de sua participação nas irregularidades.
O mais enfático na defesa de Efraim, um dos principais opositores do governo Lula no Senado, foi Mão Santa (PMDB-PI) – que, apesar de integrar um partido da base aliada, é um dos “dissidentes”, com postura independente dos governistas. O parlamentar piauiense solicitou a publicação do relatório nos veículos de comunicação do Senado, na íntegra, e chegou a sugerir o nome de Efraim para comandar a Casa. “Efraim tinha e tem condições de ser presidente desta Casa.”
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Mão Santa exaltou o “estoicismo e a liderança” de Efraim como líder de oposição. “Sem ele [Efraim], as oposições teriam sido um fracasso, e sem oposição não existe República”, disse, elogiando o relatório de Tuma, “que salvaguarda a ética e a grandeza do Senado”. “Feriu-se a honra de um homem justo e bom da democracia brasileira”, acrescentou.
Já o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), foi mais comedido em seus comentários de apoio. Ele iniciou suas palavras ressaltando “o profundo respeito pela imprensa livre do país”, que tem noticiado os indícios de participação em fraudes não só por parte de Efraim, como também do diretor-geral do Senado, Agaciel Maia.
“Em nome desse respeito não vou fazer comentário nenhum [sobre o teor do relatório de Tuma]”, discursou Agripino, destacando seu respeito também pelo companheiro de partido Efraim, e enfatizando a suposta respeitabilidade “do que o corregedor apurou e colocou no papel”.
Ao Congresso em Foco, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que leu rapidamente o relatório de Romeu Tuma. Sucinto, o tucano não quis comentar o documento de forma mais aprofundada. "Era esperado."
PublicidadeAs denúncias sobre fraudes em contratos de empresas terceirizadas, que são vinculados à Primeira Secretaria do Senado, foram apresentadas pelo Ministério Público Federal. Entre outros contratos, os procuradores que examinaram o caso contestam a terceirização do serviço de taquigrafia nas comissões da Casa, conforme adiantou com exclusividade reportagem do Congresso em Foco. O site também mostrou que os contratos, assinados por Efraim e Agaciel, davam às prestadoras de serviço um lucro muito acima de seus custos. (Fábio Góis)
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