Apontado como favorito para assumir a relatoria da CPI da Petrobras, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), afirmou há pouco que seu nome está na disputa pelo cargo. Segundo o peemedebista, as articulações apontam para que a relatoria realmente fique com o PMDB e a presidência com um dos partidos do bloco de apoio ao governo – PT, PCdoB, PSB, PTB, PR, PRB e PP.
“Não é uma missão que alguém queira. Mas meu nome está entre os prováveis”, afirmou Jucá. De acordo com o líder do governo, a definição só acontecerá na próxima semana, quando a CPI será instalada.
O peemedebista deixou claro que o governo vai mandar na comissão. Mas não descartou uma mudança nos cargos até a próxima semana. “Na política, muita coisa pode acontecer até a próxima semana”, comentou.
Questionado sobre a disposição do governo em não deixar as investigações correrem soltas, Jucá disse que o Palácio do Planalto não “teme a CPI”. “O governo vai atuar com isenção. Todos nós faremos isso”, afirmou.
Instalação
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acaba de ler em plenário a lista de membros da comissão. O peemedebista já havia adiantado o procedimento na manhã de hoje (27), assegurando que o colegiado será instalado já na próxima terça-feira (2). Sarney afirmou ainda que designará Paulo Duque (PMDB-RJ), senador com idade mais avançada (81 anos), para presidir a sessão plenária de instalação.
Segundo a Secretaria Geral da Mesa, a formalização da leitura da composição da CPI será encaminhada ainda hoje à Diretoria de Comissões Temporárias do Senado. Já a subsecretaria de comissão parlamentar de inquérito destacou que a lista (confira a íntegra abaixo) pode receber dos partidos requerimentos de alteração até o momento em que a instalação for lida em plenário. Uma vez instalada, eventuais mudanças nos quadros devem ser deliberadas no âmbito do colegiado, com a participação de todos os membros.
O PMDB deixou esperou até o “último minuto regimental” de ontem (26) para indicar seus membros, enquanto PSDB e DEM, que exigem um dos postos de comando (relatoria ou presidência), deixaram para indicar hoje seus nomes (leia).
Domínio governista
A CPI da Petrobras terá 11 integrantes titulares e sete suplentes. De acordo com a divisão definida pelas lideranças – com forte resistência da oposição, principalmente do PSDB -, a base governista terá oito vagas de titular, sobrando apenas três para a oposição. Cinco das sete cadeiras de suplente também serão reservadas paro o governo.
Depois de formalizada a composição, os membros escolherão, por meio de voto, o presidente do colegiado – a quem caberá a nomeação do relator, como determina o regimento interno. A comissão terá 180 dias, prorrogáveis, para concluir os trabalhos de investigação.
Confira a lista formalizada da CPI da Petrobras:
Bloco de apoio ao governo – “Blocão” (PT, PSB, PCdoB, PR e PRB)
Titulares:
Ideli Salvatti (PT-SC); João Pedro (PT-AM); Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Suplentes:
Delcídio Amaral (PT-MS); Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Bloco da maioria (PMDB-PP)
Titulares:
Romero Jucá (PMDB-RR); Paulo Duque (PMDB-RJ); Leomar Quintanilha (PMDB-TO)
Suplentes:
Almeida Lima (PMDB-SE) e Valdir Raupp (PMDB-RO)
Bloco da minoria (PSDB e DEM)
Titulares:
Alvaro Dias (PSDB-PR); Sérgio Guerra (PSDB-PE); ACM Júnior (DEM-BA)
Suplentes:
Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Heráclito Fortes (DEM-PI)
PTB e PDT
Titulares:
Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Jefferson Praia (PDT-AM)
Suplente:
Gim Argello (PMDB-DF)
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