Fábio Góis
Reunido em Assunção com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o presidente Lula anunciou hoje (sábado, 25) uma redefinição de valores para o acordo de exploração da usina hidrelétrica de Itaipu, na fronteira fluvial entre os dois países. O novo acordo define que o Brasil pague três vezes mais pela energia de Itaipu: dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões, anualmente.
No entanto, o acordo deve ser aprovado pelo Congresso (Câmara e Senado) dos dois países. No Paraguai, a questão de Itaipu deve resgatar o debate pré-eleitoral do ano passado, quando Lugo usou o tema como bandeira de campanha. Em discurso em assunção, Lula classificou como histórico o acordo firmado com o país vizinho. Assinado em 1973 pelo presidente Emílio Garrastazu Médici e seu colega paraguaio, Augusto Stroessner, o Tratado de Itaipu vinha sendo questionado pelo governo Lugo.
Construída no Rio Paraná, em 1970, a usina entrou em funcionamento em 3 de maio de 1984, com duas unidades geradoras de energia. Desde então, duas ou três unidades foram instaladas até 1991, e hoje a estrutura conta com 18 – duas a menos que o definido no projeto, segundo as necessidades dos dois países, quando o acordo binacional foi firmado.
Em 2000, os então presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luis González Macchi assinaram um novo acordo para a construção de duas novas turbinas. Assim, com a estrutura atual, a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia produziu, no ano passado, 94,6 milhões de megawatts por hora – recorde histórico. Pelo acordo, que contempla divisão igualitária, 45% do excedente de consumo de energia no Paraguai são obrigatoriamente vendidos ao Brasil.
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