Rodolfo Torres
O aumento do número de vítimas da gripe A, transmitida pelo vírus H1N1, levou o Congresso a se movimentar para tentar barrar o avanço da doença. Por iniciativa do deputado Eleuses Paiva (DEM-SP), a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara realiza nesta quinta-feira (3) uma audiência pública para discutir a distribuição do medicamento Tamiflu, um antirretroviral usado no tratamento dos infectados.
Foram chamados para a reunião o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvêncio Furtado; o secretário de Saúde de Passo Fundo (RS), Alberi Grando; e o presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do rio de Janeiro, Celso Ramos.
A audiência foi marcada para começar às 9h30 no plenário 12 da Câmara.
“A distribuição da droga não é uniforme no Brasil”, afirma o deputado Eleuses Paiva (DEM-SP), médico e autor do requerimento para realização da audiência. “Nós somos o país com maior número de mortes. Acredito que estes dados ainda serão atualizados. Existe uma preocupação muito grande de como é que estamos nos portando agora e como vamos nos portar depois” , destaca o deputado, complementando que os municípios menores são os que mais necessitam do medicamento.
657 mortes no país
De acordo com comunicado do Ministério da Saúde, até ontem foram registradas 657 mortes no país em decorrência da nova gripe. “É criada uma série de barreiras para a pessoa receber esse medicamento. Então, ela acaba recebendo depois de dois, três, quatro dias. E se sabe que o Tamiflu não mata o vírus, mas impede a multiplicação celular. Ou seja, não adianta tomar Tamiflu depois de cinco, seis dias”, destaca. “Não estou afirmando que é, mas essa demora pode ser um dos fatores de estar aumentando a mortalidade no país”, argumenta.
“Eu não estou aqui como deputado de oposição, querendo combater o governo. A idéia é fazer a audiência para ver como podemos colaborar mais”, acrescenta o congressista, que é médico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, especialista em medicina nuclear.
A realização da audiência pública marca uma mudança de postura do Congresso em relação à gripe A. Até agora, os parlamentares deixaram para o governo a definição dos procedimentos a serem adotados em relação à doença.
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