Edson Sardinha
A presidenta Dilma Rousseff está reunida neste momento, no Palácio do Planalto, com oito ex-ministros do Meio Ambiente contrários à reformulação do Código Florestal. Liderado pela ex-ministra Marina Silva (PV-AC), o grupo pede o adiamento da votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para evitar ?quaisquer retrocessos? na política ambiental brasileira.
Também no Planalto, o vice-presidente da República, Michel Temer, comandou há pouco uma reunião com líderes partidários no gabinete do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para tratar do assunto. Os líderes já retornaram à Câmara e buscam um acordo em reunião com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, no gabinete da liderança do governo na Casa. A sessão extraordinária para votar o novo Código Florestal começou às 10h.
A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, disse ontem (23) que Dilma está disposta a vetar parte das alterações no Código Florestal caso o governo não consiga fechar um acordo em relação a pontos críticos da proposta.
Além de Marina Silva (2003-2008), participam da reunião com a presidenta o primeiro ministro do Meio Ambiente, Paulo Nogueira Neto (1973-1985), e os ex-ministros Fernando Coutinho Jorge (1992-1993), Rubens Ricupero (1993-1994), Henrique Brandão Cavalcanti (1994-1995), José Sarney Filho (1999-2002), José Carlos Carvalho (2002-2003) e Carlos Minc (2008-2010). Outros dois ex-ministros – Gustavo Krause (1995-1999) e José Goldemberg (1992) ? assinam o documento, também entregue ontem ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na carta, os ex-ministros dizem que as mudanças discutidas no Congresso não são coerentes com o processo histórico brasileiro na área ambiental. ?Não vemos na proposta de mudanças do Código Florestal aprovada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados em junho de 2010, nem nas versões posteriormente circuladas, coerência com nosso processo histórico, marcado por avanços na busca da consolidação do desenvolvimento sustentável. Ao contrário, se aprovada qualquer uma dessas versões, o país agirá na contramão de nossa história e em detrimento de nosso capital natural”, sustentam os ex-ministros. Leia a íntegra da carta.
Apesar das longas e onerosas negociações, a votação do projeto do novo Código Florestal caminha para uma queda de braço no plenário da Câmara, sem precedentes para o governo do PT. Enquanto o Planalto tenta costurar um novo acordo para o impasse em torno das áreas consolidadas, propondo abrir mão de áreas de preservação em pequenas propriedades, deputados da bancada ruralista, inclusive parlamentares da base, afirmam que não vão aceitar um novo texto.
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