Reportagem do Estado de S. Paulo de hoje afirma que Roberto Marques, assessor informal do deputado José Dirceu (PT-SP) e suspeito de ter sido autorizado a sacar dinheiro das contas de Marcos Valério, era interlocutor próximo e freqüente da cúpula do PT. Técnicos da CPI dos Correios identificaram 837 ligações trocadas de 2001 a 2005 entre ele, Dirceu, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, o ex-secretário-geral Silvio Pereira e o ex-presidente José Genoino.
Só para Dirceu, Marques ligou pelo menos 540 vezes. Para Silvio Pereira, 121.
A descoberta complica a situação do deputado, que luta para não perder o mandato na Câmara. Em depoimento à Polícia Federal, Valério garantiu não saber quem é Marques, mas contou que seu nome foi indicado por Delúbio para fazer saques. Ele repetiu a informação no depoimento à CPI dos Correios.
Na quebra de sigilo do ex-tesoureiro aparecem ligações apenas com um Roberto Marques: o mesmo que ligou 540 vezes para Dirceu. Apesar da indicação feita por Delúbio, Marques não fez nenhuma retirada das contas de Valério. A CPI trabalha com a informação que Luiz Carlos Mazano, funcionário da corretora de valores Bônus Banval, teria feito o saque no seu lugar.
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Por meio de sua assessoria, Dirceu disse ao Estadão que não considera “expressivo” o número de ligações trocadas com o assessor. Ele informou que Marques é seu amigo há muitos anos e costuma “auxiliá-lo” nos fins de semana, voluntariamente. Aventou a hipótese de que parte das ligações trocadas por Marques com os dirigentes do PT tenha sido, na verdade, conversas do deputado com eles. Como há muitas ligações de 2002, o deputado acha que foram na campanha.
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