Rodolfo Torres
Está liberada no Senado a temporada de “facadas nas costas”. O aviso é do líder do governo na Casa e relator da CPI da Petrobras, Romero Jucá (PMDB-RR), após o convite da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, depor na próxima semana no colegiado.
“Agora vale facada pelas costas. Armadilha se paga com armadilha. A gente também sabe jogar”, afirmou Jucá, complementando que o convite de Lina tem razões eleitoreiras e que a ela deveria comparecer às convenções do PSDB e do DEM.
Mais cedo, o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), classificou o convite à Lina de “manobra pequena” e atacou o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO). De acordo com Mercadante, o senador goiano “quebrou um acordo” ao colocar temas polêmicos em votação sem o devido quorum.
No início da tarde desta quarta-feira (12), o colegiado aprovou o convite para Lina esclarecer suas declarações à imprensa sobre uma reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A ex-secretária da Receita afirma que teve um encontro reservado com Dilma no final do ano passado, quando ainda comandava o fisco. Na ocasião, Dilma teria pedido que a devassa nas empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fosse concluída rapidamente. Dilma nega o encontro e qualquer pedido nesse sentido.
Oposição vai ao Ministério Público
O DEM vai entrar hoje com uma representação na Procuradoria Geral da República solicitando que o órgão investigue a suposta reunião entre Lina e Dilma.
De acordo com o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), caso a interferência de Dilma seja comprovada, a ministra terá de responder por crime de responsabilidade, prevaricação e improbidade administrativa.
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