A organização não-governamental (ONG) Transparência Brasil apresentou hoje (7) uma pesquisa que revela que 8,3 milhões de eleitores (8,25% do eleitorado) receberam ofertas de compra de votos nas últimas eleições. Em 2002, o índice foi de 3,3%.
O levantamento foi feito em parceria com Unacon, entidade que representa os servidores da Controladoria Geral da União (CGU) e da Secretaria do Tesouro Nacional.
No entanto, a pesquisa não indicou para qual cargo os entrevistados foram instadas a vender seus votos e nem se eles chegaram a vendê-lo de fato.
Conforme declarou à Folha Online o diretor executivo da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, os dados são preocupantes, tendo em vista que o contingente de eleitores que foram instados a vender seus votos é maior do que a soma de todos os votos depositados nos estados do Amapá, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Tocantins .
A pesquisa também revelou que o estado do Paraná registrou o maior número de incidência de compra de votos, com 22% dos eleitores (1,3 milhão de eleitores) tiveram proposta de venda de voto.
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Entre as regiões, a maior incidência foi na região Sul (12%), seguida da Nordeste (10%), Sudeste (6%) e Norte/Nordeste (5%).
Publicidade"A pesquisa demonstrou que o problema está se agravando e as evidências indicam que de forma catastrófica. A compra de votos está muito provavelmente influenciando as eleições brasileiras para qualquer cargo", afirmou Abramo.
O levantamento indica que são os mais jovens que se dizem dispostos a negociar o voto. Segundo a pesquisa, 15% dos eleitores de 16 a 24 anos receberam oferta de compra de voto.
A pesquisa também revela que os eleitores mais vulneráveis são os que têm de 5ª a 8ª séries: 11% receberam ofertas. Entretanto, os que têm nível superior também são vulneráveis: 10% foram instados a vender seus votos.
O levantamento foi realizado pelo Ibope, com 2.002 pessoas. Leia a íntegra da pesquisa
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