O arcebispo da Paraíba, Aldo Pagotto, revogou a punição imposta ao deputado e padre Luiz Couto (PT-PB), que desde o último dia 25 estava proibido de exercer as funções sacerdotais. Couto foi proibido de celebrar missas, batizados e casamentos por ter se posicionado, em entrevista ao Congresso em Foco, contra o celibato na Igreja e a discriminação de homossexuais e a favor do uso de preservativo nas relações sexuais.
Os dois religiosos se reuniram reservadamente ontem (23) à noite na Cúria Metropolitana de João Pessoa. Após o encontro, Pagotto confirmou o fim da punição, mas evitou dar explicações sobre os motivos que o levaram a rever sua posição.
Em entrevista publicada no último dia 8, Couto afirmou ao Congresso em Foco que não se retrataria, conforme exigia o bispo. “Não cometi nenhum delito. Apenas emiti uma opinião, que outras pessoas também já manifestaram”, afirmou (leia mais).
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Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Luiz Couto já está em Brasília. Segundo sua assessoria, o deputado despacha neste momento em seu gabinete e prefere não se pronunciar sobre o assunto.
Missa marcada
A volta do padre às atividades sacerdotais tem data marcada. Um ato público promovido pela Frente de Solidariedade a Luiz Couto, movimento que reúne entidades e lideranças sociais de João Pessoa, está previsto para a próxima sexta-feira (27), marcará a primeira missa a ser celebrada pelo sacerdote após o fim da suspensão.
PublicidadeLuiz Couto, 65 anos, ordenou-se padre em 1976 e aproximou-se dos seguidores da Teologia da Libertação, corrente católica com influência marxista. Antes de chegar à Câmara, em 2003, foi deputado estadual duas vezes.
O petista foi relator da CPI dos Grupos de Extermínio no Nordeste na legislatura passada. A CPI pediu o indiciamento de 320 pessoas, entre policiais, magistrados e politicos dos nove estados nordestinos. Desde o início do mês, Luiz Couto tem a proteção de policiais federais por causa da série de ameaças de morte que vinha recebendo (leia mais). (Edson Sardinha)
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