Expedito Filho, de Nova York |
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Depois de atravessar o pior período de seu governo, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, retomou seu posto de favorito na corrida presidencial. E o motivo do favoritismo é que a economia americana voltou a mostrar seus músculos e, apesar da ameaça de inflação, desde janeiro a política econômica do governo Bush gerou uma média de 238 mil empregos por mês. Para se ter uma idéia do tamanho da recuperação, de agosto até maio foram criados 1,4 milhão de novos postos de trabalho, ou seja, metade dos 2,7 milhões perdidos durante sua gestão. Faltando cinco meses para a eleição de novembro, se mantiver essa média Bush recupera quase todas as vagas perdidas. O problema já forçou uma mudança no discurso dos democratas. Antes, o candidato John Kerry acusava o governo de ter destruído milhões de postos de trabalho e prometia criar 10 milhões de novos empregos no período de quatro anos. Agora, o que os democratas discutem é a qualidade dos empregos criados. Publicidade
Em uma primeira análise, descobre-se que, dos 1,4 milhão de novos empregos, algo em torno de 10 por cento pertencem ao chamado emprego oportunista, por se tratar de postos temporários. Esse é uma espécie de fenômeno. Dependendo do grau de aceleração da economia, esse tipo de emprego aparece gerando uma certa expectativa positiva, mas, quando desaparece, é o primeiro sinal de que o desemprego pode varrer toda a economia e fechar postos de trabalho nos setores mais sólidos. Publicidade
Os democratas, além de discutir a qualidade do emprego e não mais o desemprego, vão tentar demonstrar que a administração Bush não conseguiu resolver problemas como o de acesso mais barato à saúde ou a questão do alto preço do petróleo, duas reclamações constantes dos americanos de classe média. O novo apelo revela, no mínimo, que os democratas sentiram o golpe, embora a eleição, até aqui, ainda esteja realmente indefinida. Como se trata de uma corrida que será definida no detalhe, já que o eleitorado anda realmente dividido, a retomada econômica pode ser decisiva. PublicidadeA história americana tem dois claros exemplos. Com um magnífico desempenho econômico, o ex-presidente Ronald Reagan assegurou sua reeleição em 1984. E, com um pífio desempenho, George Bush pai perdeu a oportunidade de reeleger-se em 1992. Como se sabe, o atual presidente identifica-se com Reagan e prefere não seguir o modelo do pai. |
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