O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, terá de se explicar à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. A bancada do Psol na Câmara entrou com uma representação em que questiona a utilização pelo ministro de um jatinho particular pertencente a uma empresa beneficiada pelo ministério. A denúncia deve ser analisada pela Comissão de Ética na primeira semana de setembro.
De acordo com o Psol, Rossi feriu o artigo 7º do Código de Ética da Alta Administração Federal, que, entre outras coisas, proíbe autoridades públicas de receberem transporte ou favores de particulares que possam “gerar dúvida sobre a sua probidade e honorabilidade”. No documento, o partido pede que os fatos sejam apurados e tomadas as devidas providências.
Em nota, o ministro admitiu ontem que ele e um de seus filhos, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), viajaram “raras vezes” em um jatinho de US$ 7 milhões da Ourofino Agronegócios. Na gestão dele, a Ourofino se tornou uma das pioneiras no mercado nacional de produção de vacinas para a aftosa, antes dominado por multinacionais.
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O caso foi revelado ontem em reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense. Nos últimos meses, a Ourofino recebeu autorização no ramo de patentes e liberação para comercialização de vacinas contra febre aftosa. Com a liberação, a empresa cresceu 81% e se tornou líder num mercado que movimenta R$ 1 bilhão por ano. Nas últimas semanas o ministério se tornou alvo de uma série de denúncias. Entre elas, a de que um lobista atuava no próprio ministério direcionando licitações.
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