“Quando se vê, já é Natal”, notou o poeta gaúcho Mário Quintana, em seu belo poema “O Tempo”. Assim como ele, vários escritores trataram do tema Natal, cada um com sua abordagem e visão particular sobre a data. Isso me vem à mente no momento de escrever minha mensagem de Natal porque parece mesmo que foi ontem que eu estava às voltas com o mesmo assunto, enquanto me preparava para festejar com a família e os amigos.
O tempo voou, para usar uma imagem comum do nosso dia a dia. Voou mesmo; já é Natal novamente! No ano passado, nessa época, eu ainda não tinha 50 anos, e agora já estou a caminho dos 51! A impressão é de que o ano hoje está passando mais rápido do que passava antigamente. Mas é só impressão, porque ele continua tendo os mesmos 12 meses ou 365 dias (366, quando bissexto) de sempre.
Como todos sabem, o calendário é, na verdade, uma simples convenção, inventado pelo papa Gregório XIII num acesso de genialidade. Vocês já pensaram como seria nossa vida se depois de domingo não viesse a segunda-feira, seguida da terça, da quarta, da quinta, da sexta, do sábado e… do domingo novamente? Acho que seria tudo uma bagunça. Não dá pra pensar em vida inteligente e organizada sem o calendário gregoriano. Quem estuda para concurso público que o diga: tempo é fundamental e não pode ser desperdiçado.
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Os concurseiros que se prezam sabem que, quando chega novamente o Natal, como agora, não podem abandonar os livros, as apostilas, os exercícios, as provas de concursos anteriores, as anotações de matérias e o que mais houver para estudar, mesmo que tenham uma folguinha das aulas durante os curtos recessos que fazemos nessa época. Claro que nenhum deles deve deixar de confraternizar com a família e os amigos, mas de nenhum modo se pode deixar que a festa ocupe mais tempo do que o necessário para um breve intervalo nos estudos.
O concurseiro é um ser especial. A ele se aplica como a nenhuma outra pessoa este conceito do pensador Maxwell Maltz:
“Quanto maior for a crença em seus objetivos, mais depressa você os conquistará.”
Maltz estava certíssimo. Se você acreditar que é capaz de superar todas as dificuldades para ser aprovado no concurso que escolheu, com toda a certeza estará na lista dos vencedores que conquistarão uma das vagas. Eu não vejo motivo para desanimar, mesmo quando ocorre um imprevisto no meio do caminho, caso da seleção para o TRT da 10ª Região, cuja prova foi anulada e será reaplicada em fevereiro de 2013.
Lutar para que seu nome esteja na lista de aprovados é o que se impõe, sejam quais forem os problemas que você enfrentar ao longo da jornada. É bom lembrar a frase que, criada para uma propaganda do governo, tem forte apelo para estimular quem vai fazer concurso: “Sou brasileiro, não desisto nunca.” Isto mesmo, amigo leitor: “desistir” é uma palavra que precisa ser riscada do seu vocabulário enquanto você não tiver conquistado a sua sonhada vaga. Não dá para brincar com o futuro e desanimar diante de eventual insucesso. Ao contrário, o fracasso é uma razão a mais para continuar firme em seu projeto profissional de se tornar titular de um cargo público.
E nada melhor para dar uma injeção de ânimo em quem está disputando essa corrida do que, na noite de Natal, orar e pedir com fé que o Menino Jesus lhe abençoe e conceda essa graça no próximo concurso, como um presente merecido por todo o esforço. O Natal é um momento de infinita beleza, pelo simbolismo que o nascimento de Cristo contém para grande parte da humanidade, independentemente de religião. A força dos pensamentos dedicados ao menino que nasceu na pobreza de uma manjedoura em Belém e mais tarde se tornou o nosso salvador, com o seu sacrifício humano para cumprir o destino divino, conduzirá aqueles que têm fé à vitória final.
A par disso, é importante que você não desperdice as oportunidades que surgirem em sua trajetória. Faço uso aqui daquela velha máxima gaúcha que resume bem a importância de ter permanente atenção ao que surgir para encurtar o caminho:
“Se o cavalo passar encilhado à sua frente, você não pode deixar de montar”.
Trata-se de lição preciosa. A oportunidade que se apresenta num dado momento pode não se repetir. Por isso, agarre o cavalo e monte-o, sem dar a ele chance de fugir. Há sempre alguém ali adiante pronto para montá-lo, se você não conseguir fazê-lo antes. Vá em frente, segure firme as rédeas e siga, ainda que o caminho seja difícil, pois, ao final, ele também é extremamente compensador. Não ceda a sua vez a ninguém! Tenha confiança de que você é o mais bem preparado para passar sem sustos pela banca examinadora.
Neste fim de semana de Natal, vejo no poema de Quintana mencionado no início do artigo sábias lições de vida para os concurseiros. Por isso, reproduzo aqui as palavras do poeta gaúcho:
O Tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Deixo vocês com o mestre gaúcho da poesia, para que façam sua reflexão de Natal. Tirem da mensagem o melhor proveito possível.
Desejo a todos um Feliz Natal e Feliz Cargo Novo!
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