Ricardo Ramos |
Estar envolvido em denúncia de compra de voto não é fato isolado na vida do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), que renunciou ao mandato em 1997 após a denúncia de que teria recebido dinheiro para votar a favor da emenda da reeleição. Em outubro de 2002, ele chegou a ser preso em um luxuoso hotel de Brasília, onde se hospedara com a mulher, porque alguns dos 15.637 eleitores que garantiram o seu retorno à Câmara o denunciaram à Justiça Eleitoral por não ter efetuado o pagamento dos R$ 100 que, supostamente, teria prometido em troca de cada voto. Naquele ano, Ronivon declarou ao TRE ter investido R$ 39,7 mil para cobrir gastos com a campanha eleitoral. Além da denúncia de compra de votos, recaiu sobre o deputado a acusação de ter oferecido remédios e emprego no serviço público municipal de Rio Branco para quem votasse nele. Essas denúncias resultaram na cassação do seu mandato em julho do ano passado. Desde então, tem se mantido no cargo graças a liminares obtidas na Justiça Eleitoral. Leia também Publicidade
Caso seja realmente cassado, Ronivon perderá o foro privilegiado, prerrogativa que garante aos parlamentares o direito de responder a investigações e processos judiciais apenas no STF. Publicidade
Membro da Executiva Nacional do PP, o partido do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PE), Ronivon é um deputado de atuação discreta. Na atual legislatura, por exemplo, não apresentou nem relatou uma proposição sequer. Aliás, em três mandatos, o deputado só apresentou duas propostas legislativas. De 2003 pra cá, fez apenas um único pronunciamento em plenário. Foi no dia 6 de junho de 2004, quando pediu ao governo federal que atendesse às reivindicações dos servidores grevistas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Apesar da atuação discreta, Ronivon é um parlamentar assíduo: sua média de freqüência às sessões deliberativas é de 89,63%. Procurado, o deputado não retornou os contatos feitos pela reportagem. Publicidade |
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