Já dura cerca de sete horas o depoimento dos acusados de serem os responsáveis pelo assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel em 2002. Eles são interrogados pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em nome da CPI dos Bingos, e pelo procurador José Amaro Thomé, que representa o Ministério Público e cuida do caso em São Paulo. O depoimento segue a portas fechadas no Departamento de Homicídios da capital paulista.
A CPI investiga se o ex-prefeito foi assassinado por motivos políticos, hipótese que é defendida pelo Ministério Público. A comissão desconfia que Daniel foi morto quando tentava desmantelar um esquema irregular de arrecadação de verbas junto a empresários de Santo André para campanhas petistas em 2002. A Polícia Civil, responsável pelo inquérito, já encerrou o caso e sustenta a tese de crime comum.
Neste momento, está depondo José Edson da Silva. Ele nega qualquer envolvimento com o seqüestro de Celso Daniel. Declarou que só havia confirmado sua participação no crime porque fora torturado por três delegados da Polícia Civil de São Paulo. Os delegados negaram as acusações.
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O primeiro a depor foi Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como “Monstro”. Ivan foi identificado como o chefe do bando que assassinou o ex-prefeito de Santo André. Ele falou por mais de três horas e assumiu ter participado do seqüestro. Afirmou ainda que não houve mandante para o crime e reforçou que Daniel foi seqüestrado por acaso e morto em seguida.
Suplicy e José Amaro consideraram inconsistente o depoimento de “Monstro”. “Uma hora ele que diz que comandava o seqüestro, depois afirma que era o José Edson”, afirmou o promotor.
Além de Ivan e José Edson, a CPI deve ouvir ainda hoje Rodolfo Rodrigo dos Santos, Itamar Messias dos Santos, Marcos Roberto dos Santos e José Erivam Aleixo da Silva, todos acusados de envolvimento no caso Celso Daniel. Os sete aguardam julgamento na cadeia e, por isso, um forte esquema de segurança foi montado para transportá-los até São Paulo.
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