O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que está “bem próximo” de pedir o indiciamento de Luiz Gushiken. ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo (Secom) e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE). Em entrevista à revista IstoÉ Dinheiro desta semana, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirmou que os pagamentos do banco estatal à DNA, agência de Marcos Valério Fernandes de Souza, foram autorizados por ele por ordem de Gushiken. O ex-ministro, segundo ele, era quem supervisionava os contratos de publicidade das estatais.
Segundo a CPI, o BB pagou R$ 73,8 milhões à DNA antecipadamente, por serviços da conta de publicidade da Visanet, entre 2003 e 2004. Desse dinheiro, R$ 10 milhões teriam sido repassados por Valério ao caixa dois do PT. “É bem provável que seja pedido o indiciamento de Gushiken, estamos bem próximos disso. Além das declarações de Pizzolato há o episódio dos Correios, onde a Secom tinha maioria na comissão de licitação”, afirmou Serraglio. Valério também possuía a conta dos Correios, em que há suspeitas de irregularidades.
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Para o ex-titular da Secom, a CPI não tem amparo legal para pedir o seu indiciamento. “O Osmar Serraglio ignora a lei e o que eu falei na CPI. Ele está se baseando em uma mentira deslavada do Pizzolato. Tem que ler a legislação para fazer essas coisas, não pode ser assim tão destemperado”, disse.
Segundo Gushiken, a Secom, extinta após o início da crise política, não tinha a atribuição de supervisionar contratos que não são de estatais, como a da Visanet – empresa de capital aberto cujo Banco do Brasil detém 31,9% da participação acionária. “As campanhas de publicidade da Visanet nunca passaram pela Secom”, disse Gushiken.
O relator da CPI, no entanto, contesta essa afirmação. “A Visanet não é estatal, mas um terço de seu patrimônio é do Banco do Brasil. Para efeito jurídico, esses recursos são da estatal (BB).”
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