Alceu Collares (PDT-RS)
O mais experiente dos candidatos à presidência da Câmara está em seu quinto mandato. Aos 78 anos, Collares acumula no currículo passagens pelo governo do Rio Grande do Sul e pela prefeitura de Porto Alegre. Advogado e funcionário público, é um dos nomes mais identificados no Congresso com o ex-governador Leonel Brizola, morto ano passado. Fundador do PDT, o deputado é crítico severo da política econômica e social do governo Lula. Na atual legislatura, propôs 13 projetos de lei e relatou 21 proposições. É natural de Bagé (RS).
Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
Candidato apoiado oficialmente pelo Palácio do Planalto, Aldo voltou à Câmara neste semestre depois de responder, por um ano e meio, pelo Ministério da Coordenação Política. Líder do governo Lula em 2003, está no PC do B há 20 anos, depois de uma passagem pelo PMDB. Amigo pessoal de Lula e do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi responsabilizado por setores do PT ligados ao ex-ministro José Dirceu pelas derrotas acumuladas pelo governo nos últimos dois anos. Com o seu estilo discreto e comedido, tem bom trânsito entre os demais partidos. É natural de Viçosa (AL) e tem 49 anos.
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Ciro Nogueira (PP-PI)
Afilhado político do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), Ciro é o mais jovem dos candidatos à sucessão. Aos 36 anos, ganhou notoriedade depois que assumiu a Corregedoria da Casa em fevereiro. Ele chegou a ter o seu nome indicado pelo PP ao Ministério das Comunicações, mas não recebeu acolhida de Lula, diante da intransigência de Severino, que ameaçou partir para a oposição, caso o seu pedido não fosse aceito. Filho do ex-deputado Ciro Nogueira, o progressista está em seu terceiro mandato consecutivo na Câmara, aonde chegou aos 25 anos. É advogado e empresário, natural de Teresina (PI).
Francisco Dornelles (PP-RJ)
Procurador da Fazenda Nacional e professor universitário, Dornelles foi ministro da Indústria e Comércio e do Trabalho no governo Fernando Henrique Cardoso. Nascido em Belo Horizonte, é sobrinho de Getúlio Vargas e tio de Tancredo Neves. Integrante da ala governista do PP, teve o seu nome cotado para assumir o Ministério do Trabalho na última reforma ministerial de Lula. Aos 70 anos, está em seu quinto mandato consecutivo. Começou a carreira no antigo PDS e passou pelo PFL antes de chegar ao PP.
Jair Bolsonaro (PP-RJ)
Em seu quarto mandato consecutivo, Bolsonaro está em sua sétima filiação partidária. Eleito em 2002 pelo PTB, passou para o PFL no final do ano passado antes de se filiar ao PP no início de 2005. Natural de Campinas (SP), aos 50 anos de idade, o deputado é conhecido por abraçar idéias polêmicas, como a instituição da pena de morte e da prisão perpétua no país. Militar pára-quedista, defendeu, em 1999, num programa de televisão, o fechamento do Congresso Nacional. Na mesma entrevista, declarou que “cerca de 30 mil corruptos, a começar pelo presidente FHC” deveriam ter sido fuzilados durante a ditadura militar.
João Caldas (PL-AL)
Atual quarto-secretário da mesa-diretora, foi o primeiro deputado a registrar a candidatura à presidência. Advogado e empresário, é um dos representantes mais ativos do chamado baixo clero, grupo de deputados historicamente com pouca representatividade política. Em seu quinto partido, Caldas começou a vida pública em sua cidade natal, Ibateguara (AL). Aos 45 anos, está em seu segundo mandato parlamentar em Brasília. Desde 2003, apresentou 22 projetos de lei, uma proposta de emenda constitucional e um projeto de lei complementar.
José Thomaz Nonô (PFL-AL)
Candidato mais temido pelo Palácio do Planalto, Nonô foi líder da oposição na Câmara em 2004. Em seu sexto mandato consecutivo, iniciou sua carreira política em 1971 no PDS, partido que apoiava a ditadura, o mesmo regime militar que, dois anos antes, havia cassado os direitos políticos de seu pai, o ex-deputado Aloysio Nonô, um dos fundadores do MDB. Único pefelista a fazer oposição ao governo Collor, ingressou no PSDB em 1996. Regressou ao PFL dois anos mais tarde. Natural de Maceió (AL), tem 58 anos e é advogado. É primo do ex-senador Guilherme Palmeira (PFL-AL) e do ex-deputado Vladimir Palmeira (PT-RJ).
Luiz Antonio Fleury (PTB-SP)
Em seu segundo mandato como deputado, Fleury ganhou notoriedade nacional como governador de São Paulo, entre 1991 e 1994, pelo PMDB. Responsabilizado por seus adversários políticos pelo massacre que resultou na morte de 111 presidiários em 1992, ocorrido no presídio Carandiru na capital paulista, o petebista voltou à vida pública em 1999, quando assumiu pela primeira vez uma cadeira na Câmara. Nos dois primeiros anos da atual legislatura, foi procurador da Casa. Preside atualmente a Comissão de Defesa do Consumidor. É natural de São José do Rio Preto (SP) e tem 56 anos.
Michel Temer (PMDB-SP)
Doutor em Direito Constitucional, é presidente nacional do PMDB e defensor da candidatura próprio do partido à sucessão de Lula em 2006. Foi presidente da Câmara em duas gestões: de 1997 a 2000. Apoiou o governo Fernando Henrique Cardoso e a candidatura de Rita Camata (PMDB) como vice de José Serra na eleição presidencial de 2002. Conhecido por sua discrição e habilidade política, é visto com desconfiança pelo Planalto por causa de sua proximidade com os tucanos. É o único dos candidatos que nunca trocou de partido: sempre foi filiado ao PMDB. É natural de Tietê (SP) e tem 65 anos.
Vanderlei Assis (PP-SP)
Eleito no rastro do fenômeno eleitoral Enéas Carneiro (Prona-SP), Vanderlei conquistou uma cadeira na Câmara com apenas 275 votos. A votação é quase a mesma que ele terá de obter para ser eleito presidente da Casa, em primeiro turno: 257 votos. Médico, professor e artista plástico, ingressou no PP em 2003 depois de romper com Enéas. Natural do Rio de Janeiro (RJ), exerce o primeiro cargo público de sua vida aos 59 anos de idade.