O único momento de tensão, que não resultou em feridos ou teve consequências mais graves, foi quando a Polícia Legislativa Federal, responsável pela segurança do Congresso e seus arredores, começou a retirada das últimas barracas de acampamento armadas por grupos como Movimento Brasil Livre (MBL). Por volta das 19h, homens e mulheres com equipamento de choque avançaram sobre os ativistas e os retiraram, um a um, com seus pertences. Antes, uma negociação entre o comando da polícia e os líderes dos acampamentos promoveu a retirada de crianças que estavam no local.
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Momentos antes da retirada, o coordenador do MBL, Fernando Holiday, já havia garantido, nesta entrevista ao Congresso em Foco, que o grupo resistiria “pacificamente” no local. “Só vamos sair daqui, literalmente, arrastados pela polícia, vamos ficar até o último minuto. Quando o acampamento tiver o seu fim, o movimento se reunirá e irá planejar as próximas ações”, garantiu o manifestante.
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Em seguida, os policiais avançaram para um local mais acima do gramado do Congresso, onde uma grande tenda foi montada pelo grupo pró-impeachment Revoltados Online. Esse acampamento já havia adiantado a retirada e, com apenas a estrutura da tenda ainda no local e caminhão à espera para retirar o que faltava, sequer houve risco de confronto.
Líder do Revoltados, o administrador Marcelo Reis disse ao Congresso em Foco que o acampamento foi só o começo, e que novas ações estão por vir. “Na realidade, só estamos levantando acampamento. Não estamos indo embora. Vamos continuar em Brasília. Estamos situados bem próximo daqui, para novas ações. A partir de terça-feira [24], provavelmente, já tem novas ações”, declarou o ativista.
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Mas, se de um lado o acampamento encabeçado por grupos como MBL e Revoltados Online já estavam em marcha de debandada, os chamados militaristas anti-Dilma até se mostraram determinados a permanecer acampados em uma área já sob responsabilidade do Governo do Distrito Federal (GDF) – um gramado ao lado da alameda de bandeiras dos estados brasileiros e diante do Palácio do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores. Diante do avanço das tropas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), eles fizeram um cinturão humano ao redor de um boneco inflável erguido no local para homenagear o general do Exército Antonio Mourão, exonerado do Comando Militar do Sul após fazer críticas ao governo Dilma.
Vendo que as tropas militares não recuariam, partiu dos próprios manifestantes a ideia de esvaziar o boneco gigante, não sem muitos gritos de protestos contra a presidenta Dilma Rousseff e o PT, cantos de guerra e palavra de ordem. Em um canto do acampamento pró-intervenção, um aparelho de som tocava ininterruptamente hinos de temática militar, além do próprio Hino Nacional.
Eles alegavam estar dentro do prazo de 30 dias que, dizem, foi-lhes dado para acampar no local. O governador Rollemberg, por sua vez, garante que o grupo não tem autorização do GDF para acampar em qualquer ponto da Esplanada dos Ministérios. Apenas os cerca de 800 metros quadrados de área gramada em frente ao Congresso estão sob responsabilidade da instituição, ao passo em que todo o restante do gramado ao centro da Esplanada está sob a guarda do GDF.
Antes do início da operação conjunto entre Congresso e GDF, o secretário-adjunto da Casa Civil e Relações Institucionais do GDF, Igor Tokarski confirmou o prognóstico feito ao Congresso em Foco sob a postura das forças distritais e dos ativistas. “Essa área central, tombada, ficará livre para a circulação de pessoas e turistas. Mas, assegurando-se o direito constitucional de livre manifestação, que todo cidadão brasileiro tem”, ponderou o secretário.
Foram acionados para a força-tarefa de retirada dos acampamentos, além das polícias Militar, Civil e Legislativa Federal, a Agência de Fiscalização do GDF, o Corpo de Bombeiros, a Subsecretaria de Ordem Pública e Social (Sops) e o Detran-DF. O GDF não informou o número exato de agentes envolvidos no trabalho.
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