Sylvio Costa |
O levantamento realizado pelo Congresso em Foco permite utilizar os radares da elite parlamentar do país para lançar luz sobre os caminhos da sucessão presidencial. Os resultados estão entre os mais significativos produzidos pela enquete. Vejamos quais são eles: 1) Agora sem a imagem do candidato imbatível pintado até poucos meses atrás, Lula ainda é visto como o político com mais chances de se eleger presidente ano que vem. É o que pensam 33,8% dos deputados e 35,2% dos senadores entrevistados. 2) Os governadores tucanos Aécio Neves (MG) e Geraldo Alckmin (SP) emergem da pesquisa como os candidatos oposicionistas com maior potencial eleitoral. Aécio é considerado a melhor aposta para a sucessão de Lula por 24,3% dos senadores e 12,2% dos deputados. Publicidade
3) Alckmin (com 15,5%) ficou à frente de Aécio na Câmara. Seu problema é o Senado, onde teve apenas 2,7% das menções, empatado com José Alencar, Palocci e Jefferson Peres. Leia também Publicidade
4) A sempre cogitada candidatura do presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, não é levada a sério pelo Congresso. Apenas 2,8% dos deputados o apontam como o nome com mais chances de vitória em 2006. No Senado, absolutamente ninguém. Publicidade5) Curiosamente, os resultados de Jobim foram exatamente idênticos ao do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para nenhum dos 37 senadores ouvidos, o ex-senador FHC seria a melhor aposta para as próximas eleições presidenciais. 6) Modestas, ainda, são as chances eleitorais atribuídas a Serra (5,1% na Câmara e 8,1% no Senado), César Maia (1,9% e 8,1%, respectivamente) e Garotinho (7% e 5,4%). 7) Surpreende, por outro lado, o fato de o raramente lembrado vice-presidente José Alencar (com 7,5%) ter aparecido na Câmara como o quarto candidato com mais chances eleitorais. Entre os deputados, só perdeu para Lula, Alckmin e Aécio, nessa ordem. “O anti-Lula começa a se desenhar”, conclui o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília e articulista do Congresso em Foco, destacando a força de Aécio e Alckmin nas apostas feitas pelos congressistas. “Também fica claro que o desencantamento com Lula não representa o reencantamento com Fernando Henrique”. |
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