O Globo
Senado comprou computadores por preço 50% maior que o praticado
Em compras com dinheiro público não há pechincha, diz uma máxima conhecida em Brasília. E uma das últimas compras efetuadas pelo Senado é prova disso. No dia 7 deste mês, o Senado comprou de uma empresa de Curitiba 1.500 computadores de uma marca conhecida e amplamente comercializada pelo preço unitário de R$ 2.875. O valor é pelo menos 50% maior que o cobrado em lojas especializadas ou de departamentos. No total, o Senado pagou R$ 4,3 milhões pelas máquinas; e mais outros R$ 73 mil para ter direito a uma garantia estendida por mais 24 meses, além dos 12 meses convencionais já de fábrica.
O equipamento adquirido pelo Senado tem disco rígido de 500 gigas, memória RAM de 8 gigas e sistema operacional Windows 7. O mesmo equipamento é encontrado em lojas por cerca de R$ 1.900. A empresa fornecedora (Positivo) venceu a licitação, na modalidade pregão eletrônico, pelo menor preço. Em 2010, a empresa já havia vencido outra concorrência no Senado, para fornecimento de 2.020 equipamentos, com valor unitário de R$ 2.469.
Gilberto Miranda, um profissional do submundo da política
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Um carro antigo sobre o piso de mármore chama a atenção de qualquer visitante. Nas paredes, obras de arte disputam espaço com a decoração espalhafatosa. Era nessa mansão de 1.422 metros quadrados, no bairro dos Jardins, em São Paulo, que Paulo Vieira, apontado como chefe da quadrilha desbaratada na Operação Porto Seguro, fazia reuniões para negociar a venda de pareceres jurídicos em órgãos federais. A casa, segundo a Polícia Federal, pertence ao ex-senador Gilberto Miranda, filho de família pobre de São José dos Campos, ex-professor de natação, que se tornou figura influente no mundo político. Afastado do Congresso Nacional desde 2005, teve o nome envolvido em uma série de escândalos, mas jamais perdeu o poder de influenciar decisões em Brasília. O que se sabia até então sobre a casa das negociatas do grupo de Paulo Vieira era que o local servia de palco para as badaladas festas oferecidas por Miranda a seus amigos. Foi na casa de festas, por exemplo, que o publicitário e apresentador de TV Roberto Justus comemorou os seus 55 anos, em maio de 2010. Miranda e a mulher vivem em outra mansão, também nos Jardins.
Contatos na União fizeram fortuna de Gilberto Miranda
O ex-professor de natação de um clube de Brasília, hoje denunciado por corrupção, fez fortuna a partir das relações políticas criadas na capital federal. Deu o pulo do gato quando passou a ajudar empresas que pretendiam se instalar na Zona Franca de Manaus. Com contatos na burocracia federal, cuidava da documentação. Como contrapartida, em vez de honorários, pedia participação societária nas empresas. O casamento, ainda nos anos 70, com a socialite Analice Scarpa, prima do playboy Chiquinho Scarpa, ajudou a abrir as portas das casas de grandes empresários paulistas para o ex-professor de natação. Ele se separou da mulher, mas manteve a influência graças ao papo agradável. Vive contando piadas e costuma ser o centro das conversas nas rodas que frequenta.
Denúncias de Valério provocam briga explosiva com alto risco político
A briga entre o PT e o operador do mensalão, Marcos Valério, promete ser explosiva, com risco político ainda não mensurado a partir da decisão do partido de sair em defesa inconteste do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quando o teor do depoimento de Valério veio à tona na última semana, o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), chamou Marcos Valério de delinquente e disse que ele deveria estar mais preocupado com as condições dos presídios do que em atacar Lula. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, se disse indignado ao ver Lula ser “atacado por uma pessoa que está condenada, não tem nenhuma credibilidade”.
Ao defender o ex-presidente e desqualificar Marcos Valério, o PT sabe que pode estar incriminando, indiretamente, os companheiros petistas já condenados pelo Supremo no julgamento do mensalão. Não há outra saída a não ser defender Lula, dizem os petistas, sobre o patrimônio maior do partido. Orientados pela cúpula, os petistas dizem que a decisão é mesmo essa: reagir de maneira contundente para intimidar Marcos Valério e evitar que ele envolva outros personagens na história, sem apresentar provas.
Datafolha: se eleições fossem hoje, Dilma ou Lula venceriam
A pouco menos de dois anos das eleições presidenciais, o PT venceria a disputa eleitoral se ela fosse realizada hoje. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada na edição dominical do jornal “Folha de S. Paulo”, tanto a presidente Dilma Rousseff como o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, venceriam a corrida eleitoral em primeiro turno em todos os cenários apontados pela sondagem. A presidente varia de 53% a 57%, enquanto o seu antecessor ficaria com 56%, no único cenário em que foi incluído.
Na seqüência, o candidato com melhor desempenho é a ex-ministra do meio Ambiente Marina Silva (sem partido), que varia de 18% a 13%, seguida pelo ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), que varia de 14% a 9%. Ao todo, o instituto de pesquisa entrevistou 2.588 pessoas na última quinta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Indicações políticas aumentam risco de corrupção, diz estudo
Quanto maior o número de servidores públicos de carreira em cargos de livre nomeação — os chamados DAS (Direção e Assessoramento Superior) — menor o número de irregularidades encontradas em um órgão público. Mas também serão maiores as chances de que eles se sintam pouco motivados a buscar soluções inovadoras para os problemas que surgirem no exercício da função. Por outro lado, os gestores que vêm de fora e não são do quadro de funcionários do órgão — em geral escolhidos por critério político — tendem a correr mais riscos, o que permite dois resultados: corrupção ou inovações que provocam melhorias no serviço público.
As conclusões são de um estudo do professor Maurício Bugarin, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), e de Fernando Meneguin, diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Senado Federal. Eles compararam 24 ministérios, a partir das Tomadas de Contas Especiais (TCEs) abertas e enviadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), entre 2002 e 2011, e ajustaram os resultados para levar em conta o tamanho do orçamento de cada ministério e outras variáveis. As TCEs são abertas pelos órgãos públicos quando há suspeita de irregularidade e servem de parâmetro para o cálculo do dano ao erário.
Punir servidor envolvido em fraude é a melhor solução
Os ministérios do Turismo e do Esporte, que estiveram no centro de escândalos de corrupção no ano passado, são alguns que apresentaram baixo número de servidores efetivos nos cargos de assessoramento superior (DAS) e elevado volume de Tomadas de Contas Especiais (TCEs). O Esporte, por exemplo, foi proporcionalmente o que teve maior número de TCEs em 2011: 27,38 para cada R$ 1 bilhão executado. E é o segundo com menor número de servidores de carreira nos cargos de direção e assessoramento superior: 23,2% do total. No Turismo, são 13,76 TCEs por R$ 1 bilhão executado, e 30,1% de servidores de carreira em cargos DAS. Os autores do estudo foram premiados no começo do mês com o prêmio Tesouro Nacional, um concurso de monografias realizado pela Escola de Administração Fazendária (Esaf) com o tema “Tópicos Especiais de Finanças Públicas”. Eles analisaram as normas e regras que regem o serviço público e como elas influenciam a conduta do gestores.
Complexo penitenciário em Minas será 1º do país a funcionar por meio de PPP
A 45 minutos do Centro de Belo Horizonte, no município de Ribeirão das Neves, cerca de 1.600 operários trabalham freneticamente em três turnos, sete dias por semana, na construção de um complexo penitenciário de 2.500 metros quadrados com cinco presídios (três de regime fechado e dois de semiaberto) e capacidade para abrigar 3.040 presos em celas para um, quatro e seis pessoas. O primeiro prédio, de regime fechado, com capacidade para 608 presos, será inaugurado em janeiro e lembra um presídio de segurança máxima, com seu aspecto de fortaleza, sistemas digitalizados de observação e controle de portas e celas, além de um aparelho para escanear o corpo inteiro, no estilo dos aeroportos americanos, capaz de mostrar objetos nos lugares mais impensáveis do corpo humano.
Ribeirão das Neves, cidade-dormitório da Grande BH, é conhecida entre os moradores da região como Ribeirão das Trevas, por servir de local para outros cinco presídios mineiros. A penitenciária nova poderia ser mais uma na geografia carcerária da cidade, não fosse um detalhe: trata-se da primeira Parceria Público-Privada (PPP) de penitenciária a ser inaugurada no país. A discussão das PPPs nos presídios se aprofunda no momento em que o Brasil convive com um déficit de cerca de 170 mil vagas e condições degradantes no sistema penitenciário. O próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que as prisões brasileiras são medievais e que preferia a morte a cumprir pena em uma delas.
Especialistas divergem sobre eficácia do modelo
A inauguração das duas primeiras Parcerias Público-Privadas (PPPs) de presídios no Brasil reacendeu o debate sobre os limites da participação da iniciativa privada no sistema penitenciário, o que já é uma realidade no país. Há hoje no Brasil 26 prisões em seis estados — Bahia, Sergipe, Santa Catarina, Espírito Santo, Tocantins e Amazonas — que são administradas por sete empresas privadas em contratos de cogestão. Com a entrada em funcionamento das PPPs, serão 19.428 presos cujas rotinas estarão sob o cuidado de empresas como Reviver Administração Penitenciária, Instituto Nacional de Administração Prisional (Inap), Montesinos, Auxílio, Socializa, Horizonte e Humanizari, além dos consórcios vencedores de contratos de PPP em Minas e Pernambuco. Todos empregam cerca de cinco mil pessoas.
O número de presos em presídios privados equivale a 3,5% do total de 549.577 que formava a população carcerária no Brasil em junho deste ano, segundo dados do Ministério da Justiça. O primeiro presídio a ser privatizado foi a Penitenciária Industrial de Guarapuava, no Paraná, em 1999, uma iniciativa do então governador Jaime Lerner. O governo federal mantém silêncio sobre o tema e não dispõe de indicadores comparativos entre presídios públicos e privados, mas o potencial de crescimento das privatizações já mobiliza defensores e críticos no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas estaduais. Uma das principais críticas que se faz à privatização dos presídios é o conflito ético-filosófico-criminal da prática: como uma instituição que tem como objetivo básico o lucro pode cuidar do processo de execução penal de um ser humano, sua privação de liberdade, e bancar sem mesquinharia o seu processo de ressocialização?
O Estado de S. Paulo
País deverá ter míssil de médio alcance em 2016
O Exército do Brasil está desenvolvendo os primeiros mísseis nacionais de alcance na faixa de 300 quilômetros e com a capacidade de fazer navegação inteligente até seus alvos. A carga explosiva fica entre 150 quilos e 200 quilos. O programa de construção do AV-TM é parte do sistema de artilharia Astros 2020, uma das sete prioridades estratégicas no processo de modernização da Força Terrestre.
O contrato para o desenvolvimento do míssil foi assinado no dia 29 de novembro no Comando do Exército, em Brasília. Uma cerimônia discreta. A empresa, dona do projeto, é a Avibrás Aeroespacial. O pacote completo do investimento no Astros 2020 é avaliado em R$ 1,246 bilhão. O custo, só da fase de desenvolvimento do AV-TM, será de R$ 195 milhões. Segundo Sami Hassuani, presidente da Avibrás, todas as etapas do empreendimento estarão integralmente cumpridas até 2018, “mas, o primeiro lote, será entregue ao Exército já em 2016”. Em nota, o Comando do Exército informou que no período de 2011 e 2012 aplicou, diretamente no plano, R$ 220 milhões.
Hassuani acredita nas possibilidades do produto no mercado internacional. Ele estima que apenas clientes tradicionais do arranjo atual do Astros, como a Arábia Saudita, a Malásia e a Indonésia, representem “encomendas na escala de US$ 2 bilhões” aos quais “se somam novos negócios potenciais na linha de US$ 3,5 bilhões até 2022”.
Dilma prepara discurso otimista e PT acalma ‘revoltados’ para preservar Lula
Na tentativa de conter o desgaste na seara política, a presidente Dilma Rousseff usará o pronunciamento de fim de ano para fazer um balanço otimista da primeira metade de seu mandato, apesar do fiasco na economia, e destacar que o País criou alicerces para o crescimento. Dilma avalia que a oposição só está empenhada em desconstruir a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para enfraquecê-la na disputa pela reeleição, em 2014, e quer mostrar que o Brasil vive hoje uma “nova fase”.
O pronunciamento de Dilma, em rede nacional de rádio e TV, ocorrerá perto do Natal, como de praxe, e será gravado nesta semana. No momento em que a economia tem desempenho pífio, o PT é alvejado pelo julgamento do mensalão e Lula fica na berlinda, denunciado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o marqueteiro João Santana alertou o governo sobre a necessidade de jogar os holofotes sobre as conquistas da gestão Dilma. Ao mesmo tempo, emissários do PT tentam acalmar petistas revoltados, como Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência, em São Paulo, Freud Godoy, ex-assessor de Lula, e Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA). Todos foram flagrados em escândalos, perderam os seus cargos e fazem ameaças veladas de envolver integrantes do governo nas operações irregulares.
Dirceu diz que Lula é o alvo e pede que partido se mobilize
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse ontem em evento do PT de Porto Alegre que o partido precisa se defender. “Há uma tentativa clara, agora, de atingir o Lula. Nós não podemos continuar sem a mobilização, sem falar com o povo. Porque eles falam com o povo todo dia, pela televisão, e nós não temos essa voz. Porque tem um monopólio, e precisamos regularizar isso. Não é censurar. É que a Constituição diz que não pode ter monopólio.” Ele voltou a dizer que foi condenado pelo STF sem provas. “Não houve desvio de recursos. Isso está provado em auditoria e nos autos. Isso é fraude, invenção. Não há uma prova, uma testemunha de compra de parlamentar, a não ser o Roberto Jefferson.”
Petistas discutem ‘a melhor resposta’
O PT completa dez anos no poder, em janeiro de 2013, com a antiga cúpula do partido condenada pelo Supremo Tribunal Federal e seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva, fustigado por acusações segundo as quais deu “ok” ao esquema de pagamento de parlamentares, entre 2003 e 2005, e foi até beneficiado por ele. Diante do atual bombardeio, engrossado pela Operação Porto Seguro, que pôs na berlinda a ex-chefe do gabinete presidencial em São Paulo, Rosemary Noronha, os petistas ainda não se entendem sobre qual a melhor reação.
A direção nacional do partido já defendeu os condenados no julgamento do mensalão em dois documentos oficiais após as penas serem impostas pelo Supremo. Em ambos os momentos, atribuiu a atual situação a movimentos conservadores. Na semana passada, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP) e o neoaliado senador Fernando Collor (PTB-AL) conseguiram aprovar, numa comissão do Congresso, convites para que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso seja ouvido em casos de financiamentos supostamente ilegais de campanhas tucanas. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsável por acusar os mensaleiros no julgamento do STF, também será convidado a dar explicações. Segundo os petistas, ele ignorou indícios obtidos pela Operação Vegas da Polícia Federal que apontavam a estreita ligação entre o senador cassado Demóstenes Torre (ex-DEM, hoje sem partido), que já foi um dos ícones da oposição, ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
PF monitorou Vieira até a porta do Senado
A Polícia Federal monitorou Paulo Vieira, denunciado por corrupção ativa e outros quatro crimes na Operação Porto Seguro, em uma visita que ele fez ao Senado no fim de outubro – menos de um mês antes de ser apontado como chefe de uma quadrilha que comprava pareceres técnicos de órgãos públicos para beneficiar empresas privadas. O carro oficial usado por Vieira, que era diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), foi fotografado por mais de uma hora diante do Anexo 1 da Casa, onde ficam os gabinetes de pelo menos 16 parlamentares. Um relatório de 19 páginas produzido pelo Serviço de Operações de Inteligência da PF foi reproduzido no inquérito da Porto Seguro. O material contém 25 fotos que ilustram a passagem de Vieira pelo Senado, no dia 30 de outubro, e seu encontro com outros integrantes do grupo.
Freud, o homem ‘low profile’ do ex-presidente
“Faz-tudo”, “unha e carne” e “pau para toda obra” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-segurança Freud Godoy organizava das peladas na Granja do Torto ao controle de entrada no Palácio da Alvorada, passando pela missão de dar apoio e estrutura à então família presidencial. O ex-assessor, que já foi notícia em 2006, ao ser envolvido na compra de um dossiê contra tucanos, voltou a ser personagem, dessa vez no epicentro de outra acusação. Na semana passada, o Estado revelou que em depoimento à Procuradoria-Geralda República o operador do mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, afirmou ter dado R$ 100 mil a Freud para que fossem pagas despesas pessoais do ex-presidente. Freud e Lula negam.
No primeiro episódio, os petistas atuaram para acalmar Freud e evitar que o escândalo chegasse ao Palácio do Planalto. Desta vez, o ex-assessor presidencial já deixou chegar à cúpula do partido que estaria insatisfeito com a polêmica envolvendo, mais uma vez, o seu nome.
Tucano propõe explorar caso ‘com veemência’
Enquanto o PT sai a campo para montar uma força-tarefa, escalando ministros e parlamentares para defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a gestão Dilma Rousseff – e, enfim, levantar o moral da própria legenda – a oposição começa a perceber na crise do adversário uma oportunidade para se apresentar ao eleitorado brasileiro como uma alternativa para as eleições de 2014. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), avalia que esta é uma oportunidade histórica para conseguir interromper a hegemonia do PT, no poder há três mandatos. “Os opositores terão que saber explorar essa crise com mais veemência. Ou o PSDB engrossa ou não sobe a rampa (do Palácio) do Planalto”, resume o senador paranaense. Para ele, o discurso mais importante a ser adotado pelos oposicionistas na próxima eleição presidencial é o da “ruptura com essa fábrica de escândalos”. Dias avalia ainda que vai se diferenciar, junto à opinião pública, quem propuser “o fim do sistema vigente que promove o aparelhamento das instituições e faz do governo um balcão de negócios em benefício dos interesses do PT”.
Franceses criticam posição de Dilma em relação a caças
A presidente Dilma Rousseff confirmou na viagem à França, semana passada, o adiamento por tempo indeterminado da decisão sobre a compra de 36 aviões de caça para a Força Aérea Brasileira (FAB). Tampouco deu pista sobre um eventual favorito no projeto FX-2. Mas Serge Dassault, presidente de honra da Dassault Aviation, fabricante dos caças franceses Rafale, reconhece: os americanos F-18 Super Hornet, da Boeing, são hoje os favoritos de Brasília.
Os indicativos foram dados pelo industrial no jantar de gala oferecido na terça-feira pelo presidente da França, François Hollande, a Dilma. Dassault, de 87 anos, reconhece as dificuldades que sua empresa enfrenta para convencer o atual governo brasileiro a investir nos Rafale, e não em um de seus concorrentes: o Super Hornet, da Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab. Além de reconhecer o poder de convencimento dos rivais – “os americanos estão fazendo uma força terrível” – e dos problemas de câmbio – “os Rafale custam mais caro por causa da relação entre o euro e o dólar” -, Dassault reconhece que a relação entre a companhia e os governos francês e brasileiro esfriou desde a posse de Dilma Rousseff. “Ela é mais preocupada com os problemas financeiros, o que é normal”, disse. Segundo ele, “a relação com Lula era mais simpática, mais aberta”. “Infelizmente ele não tomou a decisão no melhor momento.”
Presidente solitária em meio de mandato
Discreta e avessa a badalações, a presidente Dilma Rousseff disse a amigos que será diferente agora, aos 65 anos. Quando lhe perguntaram o motivo, ela respondeu: “É que o mundo vai acabar no dia 21”. A referência ao Calendário Maia, que prevê o fim do mundo em 21/12/12, é uma das poucas brincadeiras que Dilma tem feito nos últimos dias. Dona de temperamento explosivo, com fama de “durona”, a presidente – que completou 65 anos na sexta-feira – costuma encarnar a “solidão do poder” e compartilha com poucos as angústias do governo.
No Palácio do Planalto, é comum ouvir que Dilma só consulta quatro pessoas sobre política: o Luiz, o Inácio, o Lula e o da Silva. Preocupada com “vazamentos”, ela aboliu há tempos o “núcleo duro” e as reuniões da coordenação de governo com ministros, feitas às segundas-feiras pela manhã, e muitas vezes chama os auxiliares individualmente.
Correio Braziliense
MEC reformula plataforma de contato com os docentes para evitar fraudes
O Ministério da Educação (MEC) prepara uma ofensiva para coibir fraudes no sistema de cadastramento de mestres e doutores das instituições de ensino superior. A plataforma eletrônica de monitoramento das universidades, centros universitários e faculdades — e-MEC — será reformulada. Os docentes passarão a ter um perfil, no qual informarão ao ministério se trabalham ou não na escola. O objetivo é evitar que cursos aprovados pela pasta com determinado projeto pedagógico e quantidade de docentes especializados sejam alterados sem que a instância fiscalizadora fique sabendo. Com a reformulação, prevista para funcionar a partir do próximo ano, o MEC pretende evitar casos de instituições que contratam profissionais titulados para garantir o credenciamento de um curso e os demitem antes de o semestre letivo começar.
O secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Jorge Messias, explica que o novo projeto é muito mais avançado e completo. “Além de dar mais agilidade, vamos criar novas funcionalidades capazes de incrementar a supervisão do MEC. Passaremos a ter um acompanhamento em tempo real. A inovação é que vamos dar poder ao docente”, afirma. O novo sistema será acessado pelo professor, por meio do CPF, onde ele informará o papel exercido na instituição: se trabalha por hora ou tem dedicação exclusiva e a titulação. No momento em que for desligado, o empregado poderá avisar ao ministério. “Vamos acompanhar os movimentos desses docentes e saber se determinada instituição está cumprindo a obrigação com qualidade. Estamos fechando o cerco contra eventuais irregularidades”, resume.
Apagão de até 1 hora atinge São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
Um apagão atingiu neste sábado (15/12) parte dos três estados mais ricos do país — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais —, além de cidades de Mato Grosso e Santa Catarina, conforme relatos nas redes sociais. Somente em São Paulo, pelo menos 1,5 milhão de pessoas ficaram às escuras, segundo a Eletropaulo. Tanto a empresa paulista quanto a mineira Cemig e a Light asseguram que a queda de energia decorreu de falhas na rede interligada gerida pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
A falta de luz se tornou recorrente neste ano. Ao menos 10 apagões foram registrados nos últimos quatro meses, pondo em risco a credibilidade do sistema de distribuição montado quando a presidente Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia. A situação pode se complicar nos próximos meses, diante da baixa capacidade dos reservatórios das hidrelétricas. Tanto que o governo foi obrigado a ligar todas as usinas térmicas, usadas apenas em momentos emergenciais, porque custam caro aos consumidores. Estudo divulgado na última sexta-feira alertou para a possibilidade de as térmicas comprometerem a prometida redução de 20%, em média, no preço da energia no início de 2013.
Quer viajar usando as milhas do cartão? Cuidado para não se frustrar
Seu gerente falou tanto que o convenceu a adquirir um cartão de crédito diferenciado. Você nem se importou em pagar a taxa de anuidade que, ao contrário dos cartões básicos, é bem salgada. As vantagens eram muitas, a começar pelo programa de recompensas. Com o cartão top de linha você tem acesso a diversos serviços e pode trocar seus pontos por passagens aéreas e vários tipos de produtos. Certo? Não é bem assim. Enquanto você está só pagando, na expectativa de usufruir dos benefícios, tudo parece um mar de rosas. As dores de cabeça só aparecem na hora em que você resolve resgatar os pontos. É o caso do servidor público Gabriel Moreira Pinto, 25 anos. Como muitos consumidores que pretendiam viajar no fim do ano, ele foi pego de surpresa pela mudança de regras feitas pelos bancos no meio do jogo, e sem avisar ninguém.
No Itaú, instituição da qual Gabriel é cliente, o total subiu de 5 mil para 20 mil. Viajante assíduo, ele teve que tirar do bolso o dinheiro das passagens de uma viagem à Bahia, mesmo tendo 16 mil pontos acumulados pelas compras feitas com o cartão de crédito. “Antes, quando o limite era de 5 mil pontos, eu podia acumulá-los em dois ou três meses e fazer viagens curtas. Agora, para conseguir resgatar 20 mil milhas, vou precisar de, aproximadamente, um ano e, nesse meio tempo, ficar comprando passagens”, desabafa.
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