O Globo
Maiores doadores têm negócios e créditos com governo federal
A primeira parcial de arrecadação dos candidatos à Presidência da República, divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral, repete a prática histórica de doações generosas de empresas que mantêm contratos com o governo federal e/ou são grandes tomadoras de dinheiro do BNDES. Por outro lado, mesmo quem ainda não tem contrato com o governo já pensa no futuro e também investe nos postulantes ao Palácio do Planalto.
A maior doadora das eleições até o momento não participa diretamente de licitações do governo. Mas a JBS Friboi, da holding J&F, tem fortes relações estatais: o BNDES é dono de 24,59% da maior empresa de proteína animal do mundo.
A empresa se agigantou com base em forte apoio federal. Ela foi eleita uma das “campeãs nacionais” e se tornou uma empresa global. O ano que marca a mudança da empresa é 2007: ela fez a abertura de capital, comprou a americana Swift e 50% da maior processadora de carne da Europa, se tornando a líder mundial em proteína animal. Seu faturamento saltou de R$ 4,7 bilhões em 2006 para R$ 92,9 bilhões em 2013. Sua dívida também cresceu de forma exponencial e hoje supera os R$ 32 bilhões.
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Grande parte de seu aumento foi patrocinado pelo BNDES.
Doações: políticos não veem conflito em receber apoio de fornecedores
A prática verificada nas eleições presidenciais se repete na disputas estaduais. No Rio, o PMDB, cujo candidato Luiz Fernando Pezão busca a reeleição, recebeu doações de empresas que devem ganhar R$ 199 milhões do governo do estado neste ano. Levantamento do GLOBO com base no Portal da Transparência Fiscal mostra que esse total já está empenhado a seis companhias que contribuíram com a sigla. O PMDB é o maior financiador da campanha de Pezão, com 95% do total de R$ 5,7 milhões alcançado por ele nessa primeira prestação de contas. Os outros 5% da receita de Pezão, ou R$ 265 mil, foram doados pela Queiroz Galvão, que integra dois consórcios das obras da linha 4 do metrô, e pelo Banco Safra.
— Não vamos buscar chifres em cabeça de burro. Não há possibilidade, num país como o nosso, que não haja empresa que não tenha contrato com o governo federal, governo estadual — afirmou o tesoureiro do PMDB, Carlos Alberto Muniz.
Em São Paulo, dos R$ 6 milhões arrecadados pelo comitê de campanha do PSDB, R$ 4,4 milhões (74%) foram de empresas que têm relações com o governo de Geraldo Alckmin, candidato à reeleição.
Maior colaborador da campanha de Alckmin até o momento, o grupo Queiroz Galvão (R$ 2 milhões) tem, pelo menos, dois contratos com o governo paulista.
Planalto altera perfil de jornalistas na Wikipédia com críticas e mentiras
A rede de internet do Palácio do Planalto foi usada para fazer alterações nos perfis dos jornalistas Míriam Leitão, colunista do GLOBO, e Carlos Alberto Sardenberg, da CBN e Rede Globo, na Wikipédia, com o objetivo de criticá-los. O IP 200.181.15.10, da Presidência da República, foi usado na enciclopédia colaborativa virtual para fazer alterações em maio do ano passado. O IP é uma espécie de identidade digital que permite saber de onde partiram as modificações. No entanto, apenas os administradores da rede do Planalto têm como saber exatamente qual equipamento do local foi usado.
As mudanças ocorreram em uma sexta e uma segunda-feira, dias 10 e 13 de maio. A primeira alteração no perfil de Míriam Leitão, feita dia 10, às 16h43m, foi para qualificar análises suas como “desastrosas”. Três dias depois, às 18h32m, a rede da Presidência voltou a ser usada para incluir trechos contra a jornalista, desta vez associando-a ao banqueiro Daniel Dantas: “Míriam Leitão fez a mais corajosa e apaixonada defesa de Daniel Dantas, ex-banqueiro condenado por corrupção entre outros crimes contra o patrimônio público. A forma como Míriam Leitão se envolveu na defesa de Dantas chamou a atenção de Carlos Alberto Sardenberg, seu companheiro na CBN, para quem a jornalista estava diferente naqueles dias. Para Míriam Leitão, apesar do vídeo que flagrava o suborno a um delegado da Polícia Federal, a prisão de Dantas não se justificava, posto que se tratava de coisas do passado”.
Ibope: com quadro estável, indefinição é se haverá segundo turno
A segunda pesquisa Ibope/Rede Globo divulgada ontem mostrou que permanece estável a disputa eleitoral à Presidência e que segue ainda indefinido se haverá segundo turno. A presidente Dilma Rousseff, com 38% das intenções de votos, manteve o mesmo percentual do primeiro levantamento feito pelo Ibope desde que teve início a campanha eleitoral, realizado há duas semanas. O segundo colocado na pesquisa, o candidato do PSDB, Aécio Neves, oscilou um ponto para cima e chegou a 23%. Da mesma forma, Eduardo Campos, do PSB, subiu um ponto, para 9%. O quarto colocado na corrida presidencial, Pastor Everaldo (PSC), manteve 3% das intenções de voto. As mudanças ocorreram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
MPF lança campanha publicitária para mostrar a eleitor as regras do processo eleitoral
O Ministério Público Federal (MPF) lança nesta sexta-feira uma campanha publicitária com o mote “Disputa desigual não é legal”. O objetivo é chamar a atenção da sociedade sobre as regras do processo eleitoral, apontando o que é permitido e o que não é. Com isso, o MPF quer que o eleitor seja capaz de identificar algumas irregularidades, como abuso de poder e uso da máquina pública.
A campanha terá dois vídeos para televisão, cinco anúncios de rádio e três para mídia impressa. Também foram criadas peças específicas para cada público: um folheto para o cidadão comum, em linguagem didática; um manual para os candidatos fazerem campanha dentro da lei; uma cartilha eleitoral para os jornalistas, e até um guia sobre financiamento para os empresários que quiserem doar aos candidatos.
Adams: com bloqueio de bens, é inviável manter Graça Foster
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, admitiu na quinta-feira ao GLOBO que o bloqueio de bens da presidente da Petrobras, Graça Foster, poderá inviabilizar a permanência dela no comando da estatal. Esse foi o motivo que levou Adams a ir pessoalmente ao Tribunal de Contas da União (TCU), anteontem, para impedir que o bloqueio fosse aprovado pela corte no processo que apura prejuízos à estatal na compra da refinaria de Pasadena.
A ofensiva do governo para blindar a presidente da Petrobras, com um périplo de Adams por todos os gabinetes dos ministros do TCU, surtiu um efeito prático. Dois ministros estavam prontos para apresentar votos em separado que proporiam a derrubada de um eventual bloqueio dos bens de Graça Foster.
— (O bloqueio) inviabilizaria a gestão dela porque tiraria a sua legitimidade. Como é que uma pessoa tem a responsabilidade de gerir bilhões de reais, tem competência de decisão em relação a esse volume de recursos se tem seu patrimônio bloqueado? Afeta a legitimidade dela. A Petrobras é uma empresa de bolsa, capital aberto, é uma empresa que se relaciona com países e empresas de outros países, que disputa de forma acirrada o mercado e nesta condição, a Petrobras não pode ter na sua administração pessoas submetidas a esse tipo de constrição. Então me pareceu adequado chamar a atenção para isso (no TCU) — disse Adams. — A Graça Foster tem mais de 25 anos de Petrobras, seu patrimônio foi declarado, não tem laranjas.
Candidata transexual desiste de concorrer à vaga na Assembleia Legislativa do Rio
A transexual Renata Guedes Neto, conhecida como Renata Tenório, desistiu de sua candidatura a deputado estadual, no Rio, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Ela anunciou a decisão em sua página oficial em uma rede social. Ela seria a primeira candidata transexual aceita pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) como parte da cota mínima de mulheres que um partido precisa ter em uma eleição, atendendo a uma lei federal. Em uma decisão inédita, o tribunal aceitou a candidatura de uma pessoa com sexo oposto ao do registro de nascimento.
Segundo a mensagem de Renata, motivos familiares a levaram a desistir da candidatura. Ela agradeceu e pediu desculpas aos seus potenciais eleitores.
Folha de S. Paulo
Governistas recebem mais de 50% das doações nos Estados
Os candidatos de situação nos cinco maiores colégios eleitorais do país ficaram com mais da metade da arrecadação de recursos no primeiro mês de campanha pelos governos estaduais.
Os governadores Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Tarso Genro (PT-RS) e os candidatos Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Pimenta da Veiga (PSDB-MG) e Rui Costa (PT-BA) reuniram, juntos, R$ 17,2 milhões, ou 56% do total.
Os outros 23 candidatos de oposição nesses Estados arrecadaram R$ 13,6 milhões, o que representa 44% do total.
Os dados foram extraídos da primeira prestação de contas das campanhas eleitorais entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Desses Estados, apenas na Bahia candidatos de oposição arrecadaram mais que o representante da situação.
Tucano diz que não gastou nada na campanha
Atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) disse à Justiça não ter gastado nem arrecadado qualquer quantia no primeiro mês de campanha, que já está nas ruas.
Ainda assim, o tucano viajou a cidades do interior e realizou jantares de apoio à candidatura nesse período. Tem equipe e comitê montados.
Questionado, Richa disse nesta quinta (7) que “puxaria a orelha” dos coordenadores. “Eu mato eles”, brincou: “Sem recurso não se faz campanha”. A assessoria de Richa, porém, informou que a prestação “é a exata expressão da situação contábil da campanha” no período e que “segue todos os procedimentos exigidos pela legislação”.
A campanha não explicou se isso significa que nenhuma despesa foi feita, se gastos serão contabilizados neste mês ou se não houve arrecadação. “É estratégico”, limitou-se a dizer um assessor.
Campos nega intenção de subir preço de combustíveis
Candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos desautorizou um de seus colaboradores nesta quinta-feira (7) e negou que irá aumentar o preço dos combustíveis e da energia caso seja eleito em outubro.
Alexandre Rands, responsável pelo setor no programa de governo pessebista, disse à coluna Painel, da Folha, que Campos “se compromete a reajustar o preço da gasolina” pouco depois da posse em uma “sinalização essencial ao mercado”.
O ex-governador, por sua vez, afirmou que a medida não será adotada em seu eventual governo. “Quem falou do aumento do preço da gasolina foi o ministro Guido Mantega (Fazenda). O que tenho dito é que a presidente Dilma Rousseff tem guardado dois aumentos para depois da eleição: energia e combustível”.
Dilma rebate Aécio e defende Mais Médicos
Ao receber o apoio de seis centrais sindicais para a disputa por um novo mandato, a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou para provocar seu principal adversário na corrida eleitoral, o tucano Aécio Neves (PSDB).
Dilma disse que só quem “não tem sensibilidade” pode achar que o Mais Médicos, programa que leva profissionais para a área carente, tem “prazo de validade” e acusou o PSDB de deixar o país com inflação na “estratosfera”.
“Só na cabeça de quem não tem sensibilidade é que o programa tem prazo de validade”, afirmou a petista.
Aécio afirma representar o ‘verdadeiro novo’
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (MG), encerrou a participação em ato com trabalhadores de uma fábrica na periferia da capital paulista nesta quinta (7) dizendo que a atual gestão “fracassou” nas mais diversas áreas. “Está na hora de algo novo. E nós somos o verdadeiro novo no Brasil”.
Além de englobar críticas à presidente Dilma Rousseff (PT), a fala de Aécio foi uma provocação indireta ao ex-governador Eduardo Campos, que concorre ao Planalto pelo PSB e está em terceiro lugar nas pesquisas –a petista lidera, seguida pelo tucano.
Requião nega ter usado estrutura da PM para manutenção de cavalos
O senador Roberto Requião (PMDB), candidato ao governo do Paraná, negou nesta quinta-feira (7) que tenha usado a estrutura da Polícia Militar para manter cavalos de sua propriedade quando era governador do Estado, entre 2003 e 2010.
“Isso é uma bobagem, não existe, é uma palhaçada total”, afirmou, ao sair de sabatina promovida por um fórum de empresários paranaenses
Informe do Santander reproduziu relatório de outra instituição
O informe econômico do Santander que criou uma saia justa com o governo Dilma Rousseff, irritou o PT e provocou a demissão de quatro funcionários do banco, reproduziu frases inteiras do relatório de um outro banco, o Fator, que já circulava no mercado há mais de um mês.
O texto produzido pelo Fator no dia 3 de junho é do economista Paulo Gala, professor da FGV. A análise do Santander ficou pronta mais de um mês depois.
Questionado pela Folha, Gala não quis dizer se considerava ter sofrido plágio e se recusou a comentar o assunto. As semelhanças entre os textos foi apontada nesta quinta (7) pelo Valor PRO, serviço em tempo real do Valor.
O Estado de S. Paulo
Bancos públicos vão financiar 68% do novo socorro às elétricas
Pesquisa mostra que corrida para presidência permanece estável
Quem faz uso político da crise hídrica em SP é o Alckmin, afirma Padilha
Correio Braziliense
Advogados sem OAB provocam polêmica
Foco voltado para as centrais sindicais
Supersimples é sancionado
Genoino vai para prisão domiciliar
Graça Foster na mira da oposição
Ficha suja sem registro
PSDB lidera arrecadação estadual
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