O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), falou nesta sexta-feira (17) em cadeia nacional de rádio e TV e fez um balanço das votações do primeiro semestre do ano. Para o peemedebista, “as principais demandas da sociedade estão pautando o nosso trabalho”. “Nunca a Câmara trabalhou tanto quanto agora. Foi o povo que elegeu cada um dos 513 deputados da Câmara. E é para o povo que vamos continuar trabalhando”, afirmou o peemedebista.
Dentre as propostas destacadas por Cunha, está a redução da reforma política, a redução da maioridade penal, a regulamentação da PEC das Domésticas e o fim do fator previdenciário.
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Apesar do tom leve do pronunciamento de Cunha, o presidente da Câmara encontra forte críticas dentro e fora da Casa que preside. Ontem, parlamentares do Psol, PT, PDT, PPS, PSB e Pros lançaram um manifesto contra a gestão Cunha. Intitulado “Um semestre de retrocessos”, o documento ataca a pauta “hiperconservadora” da Casa, falta de transparência e “ambiente de terror” entre funcionários.
O texto também critica a votação do projeto de lei que trata da terceirização nas relações de trabalho; a dissolução da Comissão Especial da Reforma Política, com a posterior aprovação do financiamento empresarial para campanhas políticas; e a aprovação do ParlaShopping, um centro comercial a ser construído num anexo da Câmara.
US$ 5 milhões
Eduardo Cunha passa por um momento turbulento. Ele foi apontado pelo lobista Julio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, como beneficiário de US$ 5 milhões em forma de propina. Cunha nega a acusação e diz que o depoimento faz parte de uma ação orquestrada entre o governo e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para prejudicá-lo. Diante desse cenário, Cunha partiu para o ataque.
No final da manhã de hoje, o presidente da Câmara dos Deputados anunciou seu rompimento com o governo. O PMDB apressou-se em declarar, por meio de nota, que essa era uma posição pessoal do deputado fluminense e que a legenda continua apoiando o governo Dilma Rousseff. Por sua vez, o governo destacou que espera imparcialidade de Cunha.
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