O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, voltou a criticar a atuação de empreiteiras e políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato. Para o magistrado, “o mundo do crime não pode contaminar o sistema político-partidário”.
As declarações de Moro estão no despacho relacionado à decretação da nova prisão preventiva do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, divulgado nesta sexta-feira (22). De acordo com o despacho de Moro, a nova preventiva foi decretada após a obtenção de novas provas sobre o pagamento de propina a executivos da Petrobras por meio de contras na Suíça e também por medo de que o executivo possa ocultar provas ou atrapalhar as investigações.
Segundo Moro, o esquema de desvios de recursos na Petrobras tornou-se ainda mais grave pelo fato de que ele “comprometeu a integridade do sistema político”. “A gravidade concreta da conduta das empreiteiras é ainda mais especial, pois parte da propina foi direcionada a agentes políticos e ainda para financiamento político, comprometendo a integridade do sistema político e o regular funcionamento da democracia. O mundo do crime não pode contaminar o sistema político-partidário”, disse Moro.
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Além disso, o magistrado também voltou a rebater críticas de advogados segundo as quais o magistrado utiliza-se do instrumento da prisão preventiva como forma de obtenção de confissão dos investigados. “Refuto, de antemão, qualquer questionamento quanto ao propósito da prisão preventiva. A medida drástica está sendo decretada com base na presença dos pressupostos e fundamentos legais e para prevenir reiteração delitiva e interferências na colheita das provas. Em qualquer caso da assim denominada Operação Lavajato, jamais este Juízo pretendeu com a medida obter confissões involuntárias”, ressaltou Moro.
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