Lideranças partidárias do PT, PMDB, PP e PL reagiram nesta segunda-feira à noite acusação do presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), de que patrocinaram um "acordão" para livrar da cassação deputados apontados de serem beneficiados pelo valerioduto.
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse considerar o comentário "inadequado", pois "ofende os deputados que votam de acordo com suas consciências". Berzoini defendeu a soberania do plenário e recomendou a Izar que trabalhe para modificar as regras da Câmara, se está insatisfeito. "O plenário é soberano. Ele poderia lutar para alterar as regras", afirmou.
O líder do PL, deputado Luciano Castro (RR), atacou o presidente do Conselho. "O PL tem uma postura independente, não participa de acordos. O Izar não se conforma com o resultado (das votações) que contrariam o Conselho", comentou.
A acusação de Izar também irritou o líder do PP, deputado Mário Negromonte (BA). O deputado descarta, no entanto, processar o petebista no Conselho. "Acho que é desespero do Izar", disparou.
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Negromonte cobrou do presidente do colegiado que aponte quem patrocinou o acordão no seu partido. "É tudo mentira dele. Não fizemos nenhum acordo nem autorizei que ninguém o fizesse", disse.
O deputado Wilson Santiago (PB), ex-líder do PMDB, advertiu que a postura do partido na CPI dos Correios é suficiente para desmentir Ricardo Izar. "A nossa postura ficou clara com o comportamento do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) na CPI dos Correios. Quem age daquela forma não tem nada a temer", observou Santiago, que luta para voltar à liderança do partido, vaga no momento.
PublicidadeO comentário de Izar foi feito hoje, quando ele condenou a renúncia de integrantes do Conselho. Os deputados se afastaram em protesto às absolvições do plenário que se chocaram com as decisões do Conselho. Até agora, o plenário absolveu oito parlamentares que receberam a recomendação de cassação no colegiado.
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