Em sua edição de hoje, o jornal Folha de S. Paulo informa que o Ministério Público está investigando nova denúncia de irregularidade na segunda gestão petista na prefeitura de Ribeirão Preto (2001-2004). Segundo os promotores, uma contabilidade paralela mantida pela administração municipal pode ter ajudado a reforçar o caixa dois do PT em 2002.
Papéis em poder do Ministério Público revelam movimentações financeiras entre a prefeitura e empresas que não passaram pela contabilidade oficial para o pagamento de serviços que, segundo a atual administração tucana da cidade, não foram realizados. As investigações começam na gestão do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
A suspeita é de que empreiteiras "laranjas" recebiam da prefeitura e depositavam o dinheiro em outras contas ou repassavam os valores a terceiros, ficando com uma parte a título de comissão, diz a Folha. Palocci administrou Ribeirão entre 2001 e 2002. Deixou o cargo para assumir a Fazenda e foi substituído pelo vice, Gilberto Maggioni, que ficou até 2004. O ex-prefeito foi coordenador da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.
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As investigações se concentram em dois projetos: Vale dos Rios e Fábricas de Equipamentos Sociais, que consumiram quase R$ 10 milhões em 2002 sem terem sido concluídos. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) deu parecer desfavorável ao primeiro. O segundo ainda não teve as contas analisadas.
“Entre os documentos, há notas fiscais seqüenciadas no valor total de R$ 47 mil, emitidas em cinco datas ao longo de apenas três meses e uma espécie de planilha de contabilidade paralela”, informa a reportagem.
Há ainda um depoimento à Justiça do Trabalho segundo o qual uma das empresas não tinha poder sequer de contratar funcionários, servindo apenas para movimentar recursos financeiros. Os promotores tentam comprovar a relação entre a administração municipal com uma empreiteira que, segundo a atual direção da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp), empresa controlada pelo município e responsável pelas obras, não consta na contabilidade oficial dos projetos.
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