“Dessa forma, dentre os políticos do PMDB que obtiveram vantagens indevidas advindas da Eletronuclear e Petrobras, com o aprofundamento das investigações, é possível apontar o ex-ministro de Minas e Energia (e senador) Edison Lobão como um dos vários pontos comuns (ápice da pirâmide no âmbito do Ministério das Minas e Energia) que formam uma área de intersecção crescente das duas investigações em andamento que revelam, quando avaliadas em conjunto, uma única estrutura criminosa”, diz o documento sigiloso obtido pela revista.
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A linha de investigação da PGR se baseia, entre outras provas, nos depoimentos dados sob acordo de delação premiada de Luiz Carlos Martins, representante da Camargo Corrêa, e Ricardo Pessôa, dono da UTC. Pessôa falou sobre o pagamento de R$ 1 milhão a Lobão em um esquema envolvendo contratos de Angra 3. O valor teria sido o adiantamento de uma propina de R$ 30 milhões pedida pelo senador, com a justificativa de que seu partido estava com pressa e precisava de “contribuições de campanha”.
Em depoimento prestado em junho, Luiz Carlos Martins conta que participou de reuniões para definir pagamentos de propinas a políticos. Em uma das ocasiões, perguntou a Antônio Carlos Miranda, da UTC Engenharia, quem seriam os beneficiários dos pagamentos e Miranda teria mencionado, além de Edison Lobão, o almirante Othon Luiz Pinheiro, presidente da Eletronuclear, o ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), e o ex-diretor da Eletronorte e ex-prefeito de São Paulo Miguel Colasuonno, morto em 2013.
A UTC, o executivo Antônio Carlos Miranda e o almirante Othon Luiz Pinheiro e Raimundo Carreiro preferiram não se manifestar. A defesa de Edison Lobão também não quis comentar o assunto e afirma que as delações “não têm credibilidade”. “Vamos esperar a decisão do Supremo”, disse o advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro.
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