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Ao defender a prática da eutanásia, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) chama atenção para as questões econômicas envolvidas em cada caso, aspecto que, segundo ele, é ofuscado por conta das questões morais e religiosas. “Há o câncer médico e o câncer econômico”, sustenta Suassuna. O senador afirmou que a doença de seus pais elevou bastante as despesas da família. Durante a enfermidade deles, os gastos incluíram consultas médicas e tratamentos com remédios, como a morfina, único medicamento que amenizava as dores ocasionadas pelo câncer da mãe do senador. Gastos privados e públicos Publicidade
Fatores econômicos têm muita relevância em alguns casos, tanto para a manutenção quanto para o fim da vida. Em unidades de saúde privadas, já é conhecida a prática da distanésia, que significa manter a vida artificialmente, embora não haja condições de sobrevida, para engordar a conta do hospital. Uma diária em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode ultrapassar R$ 5 mil. Leia também Publicidade
A situação é a inversa nos hospitais públicos, onde há mais pacientes que leitos, e muitos morrem em função da falta de estrutura ou de médicos em número insuficiente para atendê-los. Esta “eutanásia social” quase virou norma, já que o Ministério da Saúde anunciou há duas semanas a criação de regras para selecionar o tipo de paciente que ocupará um leito nas UTI do Sistema Único de Saúde. Segundo a proposta, a rede pública iria privilegiar aqueles com chances reais de recuperação. PublicidadeDiante de protestos de médicos, parlamentares e da sociedade, o governo recuou e suspendeu a discussão dos critérios. Na ocasião, o ministro Humberto Costa afirmou que “uma discussão técnica tomou conotação política”. |
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