Crítico feroz do partido no poder e dos seus desacertos, acredita que a falta de confiança na atual gestão presidencial tirou de Dilma Rousseff qualquer chance de tirar o Brasil do atoleiro em que se encontra. Mas mantém bom diálogo com parlamentares da banda governista e se espanta com o nível de sectarismo da disputa política atual.
“O Gramsci dizia que é sempre bom ouvir o adversário porque há chance de ele ter razão em pelo menos 10% do que ele fala e aí você pode aprender com esses 10%”, afirma ele em seu gabinete no Anexo 4 da Câmara dos Deputados.
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A citação ao pensador marxista italiano não é gratuita. Pestana iniciou-se na política no movimento estudantil, à esquerda do espectro partidário. Como quadro do PCdoB, chegou à presidência do DCE da Universidade Federal de Juiz de Fora, cidade onde nasceu, formou-se economista e se elegeu vereador com apenas 22 anos de idade.
Membro fundador do PSDB, tornou-se presidente da poderosa seção mineira do partido e um dos tucanos mais próximos do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a quem serviu como secretário de estado por dois mandatos sucessivos, no governo de Minas.
Seu tom ponderado se tornou uma raridade num ambiente em que a maioria dos oposicionistas prefere celebrar ruidosamente cada derrota do fragilizado governo petista. Ele teme que essa fragilidade e o afastamento entre a sociedade e os “centros decisórios” (neles incluídos o Congresso, obviamente) termine por abrir espaço para o “esvaziamento da democracia” ou para “aventuras indesejáveis”.
“A cultura política brasileira está em fase de fragmentação. A política como instrumento de construção de consenso está eclipsada por um debate sectário, radicalizado e maniqueísta, sancionado pelas redes sociais”, lamenta.
Esse é um dos temas tratados pelo deputado no vídeo a seguir, no qual ele também reage às críticas de que o PSDB tem errado ao não apresentar ao país um projeto que permita lançar alguma luz para além do tenebroso túnel político, econômico e moral em que nos encontramos.
Veja a entrevista em vídeo:
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