Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a acusar o governo Dilma de estar por trás da petição apresentada nesta tarde pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos à comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do procurador, na tentativa de calar e retaliar a minha atuação política”, atacou.
“Soa muito estranho uma denúncia divulgada às vésperas de manifestações vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, que tem, dentre seus objetivos, o de me atacar. Também é muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado”, criticou o deputado, em nota divulgada à imprensa no início da noite.
Cunha disse se sentir “aliviado”, porque seu caso passará do Ministério Público Federal ao Judiciário, e que é vítima de uma “tentativa de injustiça”. O presidente da Câmara reiterou que não pretende se afastar do comando da Casa mesmo que vire réu no Supremo.
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“Estou com a consciência tranquila e continuarei realizando o meu trabalho como presidente da Câmara dos Deputados com a mesma lisura e independência que sempre nortearam os meus atos, dentro do meu compromisso de campanha de ter uma Câmara independente”, declarou.
Veja a íntegra da nota de Eduardo Cunha:
“Estou absolutamente sereno e refuto com veemência todas as ilações constantes da peça do Procurador- Geral da República.
Sou inocente e com essa denúncia me sinto aliviado, já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário.
Como eu já disse anteriormente, fui escolhido para ser investigado e, agora, ao que parece, estou também sendo escolhido para ser denunciado, e ainda, figurando como o primeiro da lista. Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos à comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do procurador, na tentativa de calar e retaliar a minha atuação política.
Respeito o Ministério Público Federal, como a todas as instituições, mas não se pode confundir trabalho sério com trabalho de exceção, no meu caso, feito pelo Procurador-Geral. E, ainda, soa muito estranho uma denúncia divulgada às vésperas de manifestações vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, que tem, dentre seus objetivos, o de me atacar.
Também é muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado.
À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobrás.
Estou com a consciência tranquila e continuarei realizando o meu trabalho como presidente da Câmara dos Deputados com a mesma lisura e independência que sempre nortearam os meus atos, dentro do meu compromisso de campanha de ter uma Câmara independente. Esclareço, ainda, que o meu advogado responderá sobre fatos específicos referidos na denúncia.
Em 2013, por outro motivo, fui denunciado pelo Ministério Público Federal. A denúncia foi aceita pelo pleno do Supremo Tribunal Federal por maioria e, posteriormente, em 2014, fui absolvido por unanimidade. Isso corrobora o previsto na Constituição Federal, da necessidade do Princípio da Presunção da Inocência.
Por fim, registro ainda que confio plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal para conter essa tentativa de injustiça.
Eduardo Cunha
Presidente da Câmara”
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