Tarciso Nascimento |
Maurício Viana, presidente do Clube do Rottweiler de Brasília, tem dois filhos e convive com cerca de 40 cães no seu canil. Ele cria rottweiler há 25 anos e nunca teve um incidente com os animais. "Meus filhos sobem no cachorro, puxam a língua e nada acontece. Na realidade, o problema não está no cachorro e sim nos proprietários. O cão, quando é maltratado, morde. Todo animal precisa de qualidade de vida”, diz. Wagner Rezende, dono do Canil Tamaran-Bull, afirma que o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP) deveria apresentar uma proposta para punir aqueles que participam de rinhas. “Esse deputado nunca deve ter tido um cachorro para propor algo do tipo. A lei deve ser criada por quem entende e não por quem não conhece. Se uma onça matar alguém, vamos ter que acabar com todas?”. O Código Penal pune com prisão o proprietário que for omisso ao criar um cão (leia mais). Publicidade
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De acordo com Maurício, o rottweiler é um cão de defesa equilibrado. No entanto, ele acha que o cachorro só deve ser comprado por maiores de idade e que não deve ser levado para passear em praça pública. “Para comprar um rottweiler a pessoa tem que ter conhecimento. Ele é um cão ciumento e que precisa de carinho. É uma raça de 2.500 anos”, explica. Levantamento feito pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) registrou que no ano de 2003 nasceram 6.229 cães da raça rottweiler. A espécie ficou em terceiro lugar no ranking de 139 raças. Já o american pittbull ficou na oitava posição, com 4.239 nascimentos. PublicidadeMaurício diz que a pesquisa da CBKC prova que o rottweiler é um dos cães mais requisitados. Ele conta que no seu canil tem um animal avaliado em 17 mil euros, cerca de 62 mil reais. “Com esse projeto eu vou ser prejudicado. Faço um serviço honesto e tenho uma criação selecionada. É justo eu pagar o preço?” pergunta. O presidente do Clube do Rottweiler afirma que a maioria das polícias da Europa utiliza a raça como cão policial. “No Brasil, o Exército, a Polícia Federal e a Polícia Civil usam o rottweiler. As coisas boas que ele faz ninguém publica. O número de assaltos que evita.Teve um cachorro que levou seis tiros. Isso não se vê na mídia ”. Maurício fala que todo cão de raça pura deve passar por um teste de índole, realizado em clubes especializados. Esse teste mostra a “personalidade’ do cachorro, se ele é medroso ou agressivo, por exemplo. Além do teste, Maurício ainda cita outras medidas que poderiam ser realizadas, como a utilização da guia, coleira e focinheira.“O cão deve ser registrado com uma tatuagem ou chip pelo Ministério da Agricultura ou clubes especializados. O registro teria dados dos proprietários ”. O dono do Canil Tamaran-Bull, Wagner Rezende, tem hoje na sua propriedade 12 cães. Quatro são pittbulls. Ele cria a raça desde 1995. Todos os cães comercializados estão registrados. “Eu sou o único, em Brasília, que cria pittbull de forma profissional”. Na sua opinião, o pittbull é um cachorro amigo, “para deixar com os filhos”, diz. O problema, segundo ele, é que muitas pessoas criam o cão para participar de rinhas (brigas envolvendo cachorros, onde a vitória é caracterizada pela morte do outro). “Se você deixa o cachorro dois dias sem comer, preso em um quarto escuro, e depois solta uma galinha, ele vai matar. Esses bandidos (participantes de rinhas) forçam o cão a ficar selvagem. Quando ele é treinado para brigar o cão ataca, depois perde a noção do que é certo ou errado”. A mordida de um pittbull tem a força de 200 kg. Os cães foram criados para participar de rinhas. Há gravuras do século XIX que já mostravam brigas entre pittbulls (“tourinhos de briga”). |
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