Durante a tramitação no Carf a Mitsubishi contratou como consultora a empresa Marcondes & Mautoni, que até o momento aparece na Operação Zelotes, da Polícia Federal, como uma das intermediárias no esquema de propinas envolvendo empresas e funcionários do órgão.
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No total a Mitsubishi repassou para a Marcondes & Mautoni valores superiores a R$ 40 milhões, segundo Rittscher relativos a serviços prestados, e cuja documentação será posteriormente apresentada à CPI.
Mas o teor do depoimento do empresário não satisfez o presidente da CPI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Ele requereu formalmente à assessoria da comissão a elaboração de um requerimento solicitando a quebra dos sigilos telefônico e telemático de Rittscher, que negou ter qualquer tipo de envolvimento com diversos investigados pela Operação Zelotes. O requerimento pode ser votado na próxima reunião do colegiado.
Também com o objetivo de aprofundar as investigações, a CPI aprovou hoje a convocação de Paulo Ferraz, presidente da Mitsubishi na gestão anterior a Rittscher. Ataídes acredita que as investigações envolvendo a empresa devem esclarecer diversos pontos sobre como funcionaria o esquema dentro do Carf.
– A Mitsubishi conseguiu um sucesso escuso, criminoso. Porque resolveram cobrar cerca de R$ 1 milhão? Pra enganar trouxas? – questionou.
O senador chegou a perguntar a Rittscher se ele aceitaria aderir posteriormente a uma delação premiada junto à Polícia Federal, perguntando se ele não temia “ser preso” como aconteceu com Marcelo Odebrecht na Operação Lava-Jato. Mas o empresário garantiu não ter nenhuma razão para fazer isso, pois já estaria prestando todos os esclarecimentos dos casos sobre os quais possui conhecimento.
A relatora, senadora Vanessa Graziottin (PC do B-AM), apoiou a quebra dos sigilos do empresário.
– É muito difícil acreditar que ele não possui nenhuma relação com alguns dos investigados na Zelotes – disse.
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