Eduardo Militão
Deputados entendem que a maioria das emendas feitas pelos senadores na reforma eleitoral deve ser rejeitada pela Câmara. Para os parlamentares consultados pelo Congresso em Foco, a tendência é que deve ser mantido apenas o texto referente à liberdade da internet durante as eleições. A votação pode começar na noite desta quarta-feira (16).
Nesse caso, prevaleceria grande parte do texto feito originalmente pelos deputados. “A reforma é o texto da Câmara, menos a internet”, avalia Flávio Dino (PCdoB-MA), relator da matéria na Câmara.
O segundo vice-presidente da Casa, ACM Neto (DEM-BA), também entende que as emendas feitas pelo Senado devem ser rejeitadas. A reportagem apurou que o PTB pretende rejeitar também as alterações sobre a internet, mantendo o trabalho da Câmara exatamente como feito originalmente.
O líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), pensa diferente. Ele avalia que o momento é de discutir. E não rejeitar sumariamente dezenas de emendas feitas desde que a reforma eleitoral chegou ao Senado, ainda em julho.
Acordo
Em conversas reservadas, alguns deputados dizem que os senadores quebraram um acordo feito com líderes na Câmara. Pelo suposto acordo, as demandas do Senado seriam incluídas pelos deputados na proposta original. Em contrapartida, os senadores se comprometeriam a praticamente não mexer no texto.
“Mas eles fizeram um monte de coisas lá. Quebraram o acordo”, afirma um deputado. Segundo ele, os senadores haviam prometido alterar basicamente um ponto: aumentar o tempo de TV no horário eleitoral dos candidatos ao Senado.
A reforma precisa ser aprovada na Câmara e sancionada pelo presidente Lula até o dia 2 de outubro para valer paras as eleições de 2010.
Vaccarezza diz que o presidente não deve atrapalhar os planos dos parlamentares. A pressa de começar a votar ainda hoje é porque, na semana que vem, a pauta da Câmara estará trancada por projetos com urgência constitucional, diz o líder do PT.
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