Edson Sardinha
Enquanto o presidente do Senado ignora o cartão vermelho do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o Congresso em Foco suspende o jogo duro do Plenário para celebrar o bom futebol e uma rivalidade tão explosiva quanto os confrontos entre governo e oposição. Brasil e Argentina jogam hoje (5), às 21h30 (horário de Brasília), na cidade argentina de Rosário, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Os dois países já se enfrentaram nos campos de batalha pela conquista do território que hoje é o Uruguai, na chamada Guerra da Cisplatina (1825-1828). Anos mais tarde, dividiram a mesma trincheira com os uruguaios na Guerra do Paraguai (1864-1870). Um século e meio depois, as disputas bélicas entre Brasil e Argentina estão restritas aos livros de História e a uma artilharia que se resume a pés, mãos, bola e muita provocação, de ambos os lados.
Tamanha rivalidade não escapa do maior site de compartilhamento de vídeos, o YouTube. Como aperitivo para o jogo de logo mais, o Congresso em Foco selecionou alguns momentos históricos do confronto entre Brasil e Argentina em Copas do Mundo e lances inesquecíveis de dois dos maiores jogadores do futebol em todos os tempos: Pelé e Maradona. E, para fugir da nostalgia, reproduzimos imagens de grandes lances produzidos pelos mais talentosos jogadores das duas seleções na atualidade: Kaká e Messi.
1978 – “A batalha de Rosário”
Na Copa vencida pela Argentina em casa, o Brasil deixou o mundial invicto, rogando para si o título de “campeão moral” por causa de uma controversa goleada dada pelos anfitriões no Peru. Nas semifinais, brasileiros e argentinos disputaram o que se chamou de “A batalha de Rosário”. Jogadas duras, um zero a zero pior para o Brasil.
Veja os melhores momentos da partida, na visão da TV argentina.
Veja os melhores momentos da partida, na visão da TV brasileira.
1982 – Voa canarinho
O troco brasileiro viria quatro anos mais tarde, no mundial da Espanha. Em sua primeira Copa, Maradona acabou expulso da partida após violenta entrada no meio-campo brasileiro Batista. Brasil 3 x 1 Argentina. Zico, Serginho e Júnior, para o Brasil; Ramón Diaz para os argentinos. Veja o vídeo a seguir nas vozes dos saudosos Valdir Amaral e Mário Viana.
“Ui, Maradona, por Dios!”: assim reagiu um locutor argentino diante da expulsão de Maradona. Confira o lance com os comentários em portunhol do craque brasileiro Roberto Rivellino:
1990 – Tango italiano
Quatro anos depois de encantar o mundo com jogadas geniais, Maradona fazia uma Copa discreta até enfrentar o Brasil nas oitavas-de-final do mundial da Itália. Numa partida marcada pelos inúmeros gols perdidos pelos jogadores brasileiros, Maradona roubou a cena ao lançar o atacante Caniggia quando parecia que o jogo seguiria para a prorrogação. Desde 1966 a seleção brasileira não voltava pra casa tão cedo numa Copa.
“O rei do futebol”
Reverenciado como o “atleta do século” por uma publicação francesa, Pelé é o jogador com maior número de Copas conquistadas. Três vezes campeão pela seleção, também conquistou dois mundiais de interclubes pelo Santos. Em 22 anos de carreira, acumulou nada menos do que 53 títulos. Marcou 1.281 gols nos 1.363 jogos que disputou. Recordes que fizeram de Edison Arantes do Nascimento o “rei do futebol” e uma das figuras mais conhecidas de todo o mundo. As grandes jogadas do maior jogador de todos os tempos viraram documentário, em 2004, nas mãos do cineasta Aníbal Massaini: “Pelé eterno”. Veja trechos do filme:
“El pibe de oro”
Diego Armando Maradona inscreveu seu nome no rol dos maiores craques do futebol mundial na Copa de 1986, no México. Com “la mano de Dios” ou driblando meia seleção inglesa, Diego levou a Argentina à conquista de seu segundo mundial em uma das maiores apresentações individuais de um jogador de futebol em Copas. Polêmico, dependente de drogas, acabou encerrando a carreira após ser flagrado em exame antidoping na Copa dos Estados Unidos, em 1994, quando parecia ressurgir para o futebol. Apesar do fim de carreira melancólico, como num tango, o hoje treinador da seleção argentina eternizou belas jogadas pelos clubes por onde passou. Um pouco dessa mostra pode ser vista abaixo.
Messi, a “pulga”
Principal candidato à conquista do título de melhor jogador de 2009, o argentino Lionel Andrés Messi, de 22 anos, conquistou tudo o que disputou no último ano com o Barcelona. Dono de um futebol ágil, vistoso e eficiente, é apontado como sucessor de Maradona na galeria de ídolos argentinos. Na Espanha desde os 13 anos, a “pulga” (apelido que herdou de criança por causa do corpo franzino) ainda não repetiu na seleção as atuações que faz no clube catalão, mas ajudou seu país a conquistar a medalha de ouro na última Olimpíada, em Pequim.
Um pouco do talento de Messi:
Kaká, o “refinado”
Os 65 milhões de euros (cerca de R$ 195 milhões) pagos pelo Real Madrid ao Milan fizeram de Kaká o terceiro jogador mais caro da história do futebol mundial. Dono de um futebol preciso, inteligente e refinado, o brasileiro foi eleito o melhor jogador do mundo em 2007. Natural do Gama (DF), Ricardo Izecson dos Santos Leite despontou no São Paulo Futebol Clube em 2001. No ano seguinte, participou, ainda na condição de reserva, da conquista da Copa do Japão e da Coréia. Aos 27 anos, Kaká acumula 25 gols pela seleção.
Um pouco do talento de Kaká:
Há controvérsias
Conhecidos como principais exportadores de “talentos” do futebol mundial, Brasil e Argentina não se entendem sobre o retrospecto de seus confrontos. Para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Brasil tem 36 vitórias, 23 empates e 33 derrotas. Para a Associação de Futebol Argentino (AFA), o equilíbrio é ainda maior: 33 vitórias para cada lado. A AFA diz que três das vitórias computadas pelos brasileiros ocorreram em jogos de combinados, e não de seleção. Independentemente dos números, isso é Brasil e Argentina.
Leia também
Deixe um comentário